Economia

Boxe sobre inércia inflacionária é para 'reflexão de todos', diz Awazu

Redação Folha Vitória

Brasília - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Pereira Awazu da Silva, comentou nesta quarta-feira, 24, que a maneira como se analisa a persistência ou inércia inflacionária é tema que está sendo debatido entre analistas e academia. "Temos sinalizado que existem várias maneiras que podem fornecer avaliações de como a inflação corrente se transmite para horizontes mais longos", disse.

Além disso, ele afirmou que há diferenças também na elaboração das perspectivas para o crescimento da economia. Citou, como exemplo, como cada um está vendo o processo de ajuste e também os eventos não econômicos. "Riscos de racionamento ainda eram embutidas em projeções anteriores", citou. "O que é importante sinalizar é que estamos em processo de ajuste em 2015. O processo implica em moderação no crescimento e ser perseverante e perseguir", repetiu.

Segundo o diretor, a maior contribuição que o BC pode levar para sociedade é fazer com que ela tenha certeza de que o BC vai atingir sua meta de 4,5% no fim de 2016. "A inflação é um dos piores alimentos para a saúde financeira das famílias, que afetam a renda das famílias de renda mais baixa. Compromisso do BC é fazer com que sociedade tenha certeza de que instituição vai zelar pela redução dessa inflação, impedir que ela se transmita para 2016 para assegurar poder de compra."

Awazu enumerou mais cedo elementos favoráveis ou menos favoráveis ao cenário de cumprimento da meta e comentou que tem observado moderação em elementos de pressão, como crédito e rendimentos em mercado de trabalho. Questionado sobre qual seria o maior risco para o cumprimento da meta em 2016, o diretor respondeu: "sinalizei que é importante nesse contexto internacional estarmos preparados para esse processo e isso significa estar com a economia em ordem, estabilizada, vigilante para transmitir efeitos de segunda ordem para horizontes mais longos de preços para a economia."

Meta

Awazu afirmou que a instituição está trabalhando com o cumprimento da meta de superávit primário e que o impulso fiscal para a inflação será desprezível. Segundo ele, do ponto de vista da análise do BC, estamos em zona de neutralidade e, para o futuro, deve seguir para uma zona contracionista.