Economia

Focus muda expectativas para 2017 após CMN mudar teto da meta de inflação

Redação Folha Vitória

Brasília - Depois de o Conselho Monetário Nacional (CMN) reduzir o teto da meta de inflação para 6%, as expectativas para 2017 começam a se mover em direção ao centro da meta, definido em 4,5%. As previsões para daqui a dois anos já haviam cedido em decorrência do atual ciclo de aperto monetário mas, entre a semana passada e esta, o boletim Focus mostrou uma retração de 4,75% para 4,70%.

Esse movimento pode se intensificar ainda mais nas próximas semanas. A mudança nos limites de tolerância da inflação ocorreu na noite da última quinta-feira e, por isso, não houve tempo hábil para que todas as instituições inserissem a alteração em seus cenários.

Os dados do Focus mostram ainda que apesar de as projeções para a inflação de 2016 (principal alvo do BC) mostrarem resistência ao atual ciclo de alta dos juros, entre 2017 e 2019 as expectativas estão mais próximas do centro da meta. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017 está em 4,70%. Para 2018 e 2019, já há algum tempo as previsões estão em 4,50%.

Na última quinta-feira, 25, o CMN fixou a meta de inflação em 4,5% em 2017 e alterou a banda de tolerância de 2,0 pontos percentuais para 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo também em 2017. De acordo com a assessoria do Ministério da Fazenda, a meta de 2016 foi mantida em 4,5%.

O CMN vinha mantendo a meta de 4,5% desde 2005 e, a partir de 2006, diminuiu a margem de tolerância de 2,5 pontos porcentuais para 2 pp. Em 2003 e 2004, o governo decidiu ajustar a meta ao verificar que não iria atingir seu objetivo. No primeiro ano, a meta passou de 3,25% para 4% e a banda de tolerância aumentou de 2 para 2,5 pontos porcentuais. Já em 2004, o objetivo foi ampliado de 3,75% para 5,5% e o intervalo foi mantido em 2,5 pontos porcentuais.

Desde que o regime de metas de inflação foi adotado no País, em 1999, em três anos o BC descumpriu sua missão - em 2001, 2002 e 2003. Dessa forma, o BC teve de escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda para explicar o que levou a instituição e não entregar sua missão. Para este ano, a autoridade monetária também terá de escrever o documento, já que a meta de 4,5% com intervalo de 2 pp já foi ultrapassada nos primeiros cinco meses do ano e a projeção do mercado e do BC é de que o IPCA feche 2015 em 9%.

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