Economia

LCA: redução de banda da meta indica busca de uma inflação mais controlada

Redação Folha Vitória

São Paulo - O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, avaliou de maneira bastante positiva a decisão tomada nesta noite de quinta-feira, 25, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de reduzir a banda de tolerância para a inflação de 2017 de 2 pontos porcentuais para 1,5 ponto porcentual (para cima ou para baixo). Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele disse que a decisão do CMN já era um desejo antigo do mercado financeiro e que é uma indicação de que o objetivo do governo federal é a busca de uma inflação cada vez menos expressiva no País.

"Eu vejo com bons olhos. É claro que alguém pode contra-argumentar que poderia ter sido mais. Mas, tendo em vista que ela ficou parada por muito tempo, é um bom sinal", salientou. "Tomara que seja um primeiro passo para a redução inclusive do centro da meta mais adiante. É um sinal de que há busca por uma inflação mais controlada e com menos inércia", acrescentou.

Romão reconheceu que a tarefa até tende a ficar mais difícil, dado o atual cenário de inflação elevada no País, mas ressaltou, porém, que ela é necessária. "Isso (redução da banda) já foi postergado por tempo suficiente e já passou da hora", opinou.

Questionado se a alteração poderia trazer interferências na condução da política monetária para trazer o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para níveis ainda mais baixos, Romão respondeu que todos estão esperando uma desaceleração da inflação para o ano que vem e para 2017. Segundo ele, com o aperto monetário que está sendo promovido pelo Banco Central atualmente, o objetivo vai ser alcançado.

"Olhando para o nosso cenário, vai ser cumprido. E todos estão esperando uma desaceleração do IPCA", afirmou o economista, informando que a LCA trabalha com previsões de inflação de 5,20% para 2016 e de 4,60% para 2017. "Do jeito que está sendo traçado o nosso cenário e de boa parte do mercado, não é necessário um aperto adicional (nos juros)", avaliou.

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