Economia

Impacto da greve na produção de veículos foi de 70 a 80 mil unidades, diz Anfavea

Redação Folha Vitória

As montadoras deixaram de produzir entre 70 mil e 80 mil veículos em maio por causa da paralisação dos caminhoneiros, estima a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "O impacto da greve foi forte", disse o presidente da Anfavea, Antonio Megale, em coletiva de imprensa.

No mês, o setor produziu 212,3 mil unidades, 53,8 mil a menos que em abril e 38,4 mil abaixo do número de maio do ano passado. Sem a paralisação, portanto, segundo a estimativa das montadoras, a indústria teria apresentado crescimento tanto na comparação com abril quanto em relação a maio de 2017.

Segundo Megale, "grande parte" da produção perdida por causa da paralisação deve ser recuperada em dois ou três meses pelas montadoras, caso haja demanda do mercado. "Temos condições", disse o executivo, que demonstrou confiança que o setor termine o ano com mais de 3 milhões de unidades produzidas.

De acordo com o presidente da Anfavea, as projeções da associação para o setor em 2018 deverão ser revisadas na coletiva de imprensa do mês que vem. É o tempo necessário para as empresas avaliarem o impacto exato da greve nos resultados do ano.

Megale, no entanto, disse que, nas exportações, os contratos não foram cancelados. Apenas houve atraso no embarque de veículos. O que preocupa mais, ele disse, é o mercado interno. "Algumas pessoas deixaram de comprar naquele momento da greve e talvez, por uma questão de confiança e preocupação com o futuro, podem adiar a compra por alguns meses ou mais tempo, aí podemos ter uma perda", disse.

De qualquer forma, o executivo afirmou que os primeiros dias de junho mostram uma tendência de normalização do mercado. Segundo ele, foram 10 mil unidades vendidas na terça-feira e 9,5 mil unidades vendidas na segunda-feira, números próximos da média diária do ano. "Junho será um mês de gradual volta à normalidade", declarou.

A greve dos caminhoneiros começou no dia 21 de maio e durou nove dias. Com a falta de peças, que não chegavam em razão do bloqueio das estradas, as montadoras foram parando a produção aos poucos, até que, no dia 24, a Anfavea anunciou que todo o setor ficaria sem produzir no dia seguinte - apenas uma ou outra fábrica manteve parte da produção. As empresas também tiveram dificuldades para distribuir os carros já prontos para as concessionárias.

As linhas de montagem começaram a se normalizar no dia 31, quando os caminhoneiros passaram a desmobilizar a greve e liberar as estradas. A Fiat, que tem duas unidades no Brasil, uma em Betim (MG) e outra em Goiana (PE), foi uma das primeiras a voltar a fabricar.

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