CORONAVÍRUS

Economia

Com queda do poder econômico, Acaps prevê diminuição no preço de produtos nos supermercados

Com grande parte da população desempregada, ou com atividades suspensas, devido a pandemia, o setor acredita que o movimento nas lojas também deve diminuir nos próximos meses

Foto: Reprodução

Em entrevista a Pan News na manhã desta segunda-feira (22), o superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Helio Schneider, falou sobre como o setor do Espírito Santo tem reagido diante da crise na economia e na saúde, por conta da pandemia do coronavírus.

"Foi uma situação que a gente não esperava, apesar de estarmos com as lojas abertas, pois é uma atividade essencial, dificuldades não faltam. Com todas as restrições que nós temos, estamos trabalhando com uma pressão muito grande. Mudou totalmente a gestão das lojas, o custo operacional aumentou e estamos enfrentando uma série de outros problemas", contou Schneider.

Sobre o aumento de preços verificados em alguns produtos durante a pandemia, o superintendente garantiu que o ajuste aconteceu por conta de fatores pontuais.

"Nós tivemos aumento de preço em alguns produtos sazonais, que sem dúvida tiveram reflexos no custo operacional. Na linha de laticínios, por exemplo, tivemos aumento, pois a produção leiteira caiu em função das temperaturas mais baixas, observadas no outono e agora no inverno. Caindo a produtividade, aumentaram os preços, é a 'lei da oferta e procura'. Tivemos aumento também no preço do arroz, por conta do valor do transporte do produto, que duplicou", explicou Schneider.

Segundo o representante da Acaps, agora, a tendência é uma diminuição nos preços dos produtos, pois com grande parte da população desempregada ou com atividades suspensas, devido a pandemia, o poder aquisitivo do consumidor diminuiu.

"De maneira geral, não temos aumento de preços, pelo contrário, a tendência que eu vejo é de queda de preços, pois o poder o econômico do consumidor tende a diminuir. Com a queda do poder aquisitivo do comprador, a procura por alguns produtos deve cair, chegando ao ponto de não compensar produzi-los mais. É a lei do mercado", explicou.

Vendas em atacado

O setor de Hipermercados e Supermercados, segundo o Insituto Jones dos Santos Neves, teve um aumento de 3,3%  nas vendas no primeiro trimestre do ano. Sobre o tema,  Schneider ressaltou o formato dos atacarejos, uma tendência de mercado que vem forte já alguns anos e, no início da pandemia, notou-se grande movimento no setor.

"Em março e abril,  houve uma preocupação muito grande do consumidor sobre uma suposta falta de mercadorias. Nós inclusive fomos na mídia e falamos que não era necessário comprar exageradamente e fazer estoques, mas mesmo assim as lojas ficaram lotadas, resultando no aumento das vendas", disse.

Porém, apesar do ponto positivo, a expectativa do setor é que o movimento recue nos próximos meses. "A preocupação nossa é que daqui a pra frente, a tendência é que esse movimento venha a diminuir, o que seria muito ruim para gente e para a economia do Estado", disse Helio.

Apesar das perspectivas ainda incertas, Schneider garante que as lojas estão de olho nas normas sanitárias e aguarda o retorno da normalidade o mais rápido possível. "Estamos na linha de frente, com nossas equipes, com todos os cuidados, obedecendo todos os protocolos do Governo, OMS, Vigilância Sanitária e secretarias de saúde. Se Deus quiser vamos passar por essa", finalizou.

* Com informações dos jornalistas Paulo Rogério e Patrícia Scalzer, da Joven Pan News















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