Economia

Tours virtuais alavancam resultados do setor de imóveis durante pandemia

Olhar lotes, casas e apartamentos sem sair do conforto do lar é uma moda que pode ter chegado para ficar no mercado imobiliário

Foto: Divulgação

Tudo indicava que, com a pandemia do novo coronavírus, o setor de imóveis seria como um todo seriamente prejudicado. No entanto, a estratégia de apostar no ambiente virtual para geração de novas oportunidades de negócios parece estar funcionando para as empresas que estavam preparadas para eventuais crises.

Além de dar mais competitividade ao negócio, a possibilidade de vender apartamentos, lotes e casas de maneira 100% digital é uma tendência que, apesar de estar chegando agora, pode ficar. Tanto que o Cresci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) de São Paulo acredita que o uso de canais digitais tende a acelerar o mercado em, ao menos, 30%, principalmente no nicho de imóveis de alto padrão.

No Espírito Santo, a CBL (Companhia Brasileira de Lotes), por exemplo, dobrou o número de vendas no mês de maio em relação ao mesmo período de 2019. Além disso, o número de pessoas que demonstraram interesse pelos empreendimentos da companhia por meio dos canais de comunicação também aumentou. A loteadora aponta justamente o uso de tecnologia como uma das explicações para o crescimento.

"Todos os nossos empreendimentos têm aplicativos, perspectivas em alta resolução, realidade aumentada e tudo de mais moderno para que a gente consiga 'antecipar' para o cliente a realização do seu sonho. Nossa tecnologia possibilita que o usuário possa ver como vai ficar sua casa naquele lote e até mesmo o interior dos espaços”, argumenta o Head de Marketing e Inovação do Grupo CBL, Leandro Vicentini.

De acordo com Renato Ferreira, Head Comercial da CBL, a empresa faz o uso desse tipo de tecnologia há algum tempo, mas agora a utilização foi ampliada. “Investimos pesado em treinamento, ferramentas de videoconferência e ferramentas digitais de apresentação dos produtos", afirma, complementando que a venda tem ocorrido principalmente para investidores, inclusive do mercado estrangeiro, que veem os lotes com bons olhos nesse momento de adversidade em outras opções de investimento, como bolsa de valores, fundos de investimento e .rendas fixas e variáveis.

Algumas construtoras, como a MRV Engenharia, também já anunciaram que tiveram crescimentos interessantes nas vendas mesmo durante os meses afetados pela pandemia do novo coronavírus. De acordo com Rafael Menin, CEO da MRV, as vendas foram excelentes no primeiro trimestre do ano, com crescimento de 25%, mas também foram muito boas em abril e maio, com destaque para o e-commerce.

Startups de gestão virtual de imóveis também registraram crescimento

Ao mesmo tempo em que algumas empresas do mercado imobiliário têm registrado crescimento por conta do uso de tecnologia nas vendas, as startups que se atentaram para as novas necessidades também têm colhido bons frutos.

A Startup Terravista, que presta serviço de loteamento virtual e oferece soluções de gestão financeira, vendas e de prestação de contas para incorporadoras e loteadoras, cresceu 40% no período da pandemia, alcançando 25 mil lotes gerenciados pela plataforma. Por meio dela, é possível controlar equipes de venda, reservas de lotes, geração de propostas , emissão de contratos, entre outras funcionalidades.

Outro exemplo bem-sucedido é o da Startup InstaCasa. A construtech, que surgiu em 2017 com o objetivo de ajudar as pessoas a visualizarem a casa dos sonhos no momento da compra do seu lote, saltou de 15 mil para mais de 18 mil lotes em empreendimentos contratados, totalizando um crescimento de 20% no período da pandemia.


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