Economia

Para FMI, intensificação da crise no Brasil tem probabilidade menor

O diretor do FMI destacou que a melhora recente das condições no País gerou uma sensação de que o setor real da economia já atingiu um piso e o que vem agora é uma recuperação

Redação Folha Vitória
Werner disse que o FMI não incorporou o impacto de "fenômenos políticos" nas projeções do Brasil  Foto: Divulgação

Nova York - A maior estabilidade no Brasil, os anúncios do presidente em exercício Michel Temer para melhorar as contas fiscais e as dinâmicas favoráveis do mercado financeiro do País nos últimos meses criaram um ambiente onde se acredita que a probabilidade de intensificação da crise brasileira ficou menor, afirmou o diretor para o departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner, em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 20.

"Houve melhora das expectativas para a evolução futura do país", disse Werner ao explicar nesta terça-feira porque o FMI revisou para cima as previsões para a economia brasileira e prevê recessão mais branda este ano e volta ao crescimento em 2017. O economista destacou ainda que os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre mostraram uma economia "menos debilitada" do que o esperado, puxada pela expansão das exportações.

O diretor do FMI destacou que a melhora recente das condições no País gerou uma sensação de que o setor real da economia já atingiu um piso e o que vem agora é uma recuperação. "A estabilidade e as dinâmicas favoráveis que vimos nos mercados financeiros geraram um entorno no qual acreditamos que a intensificação da crise tem probabilidade menor." O FMI projeta que o Brasil deve crescer 0,5% em 2017.

Werner disse que o FMI não incorporou o impacto de "fenômenos políticos" nas projeções do Brasil divulgadas na terça-feira. O mais importante nas perspectivas para o Brasil, disse ele, é a continuidade dos anúncios de ajuste econômico, sobretudo fiscais, e a implementação efetiva das medidas. O diretor do FMI ressaltou que a intenção do governo de estabelecer um teto para o crescimento dos gastos públicos é uma iniciativa importante para atacar o problema das finanças públicas.

A tarefa agora é observar como vão se dar os debates entre o Executivo e o Legislativo sobe o programa econômico para o Brasil, ressaltou Werner. Essa análise vai permitir ver para onde caminha o ajuste e se a implementação das medidas será viável, fator importante para se traçar um panorama para o Brasil.