Economia

Produção de aço bruto em junho sobe 4% ante junho de 2016, diz IABr

Já a produção de laminados chegou em 1,814 milhão de toneladas no mês passado, aumento de 2,3% na relação anual

São Paulo - A produção de aço bruto no Brasil em junho somou 2,649 milhões de toneladas, aumento de 4% em relação ao mesmo mês do ano passado, divulgou nesta quarta-feira, 26, o Instituto Aço Brasil (IABr).

Já a produção de laminados chegou em 1,814 milhão de toneladas no mês passado, aumento de 2,3% na relação anual. A de aços planos, por sua vez, cresceu 13,5%, para 1,1 milhão de toneladas no mês passado.

Já a produção de aço longo caiu 11,3% em junho ante junho de 2016, para 714 mil toneladas. As importações de aço, em volume, cresceram 108,7%, para 192 mil toneladas.

Exportações

O IABr estuda enviar uma delegação para os Estados Unidos para tratar diretamente com o Departamento de Comércio do país sobre as discussões que estão ocorrendo pelo governo Trump para implementar medidas antidumping que afetariam as exportações do aço brasileiro. Esse assunto será deliberado pelo conselho do entidade em reunião nesta quinta-feira, 27, disse o presidente do Conselho de Administração da entidade, Alexandre Lyra.

O executivo comentou que a entidade já enviou uma carta ao Departamento de Comércio americano, para tratar desse assunto, logo depois que as notícias sobre os planos do governo brasileiro em barrar a exportação de aço, incluindo o brasileiro, se tornaram públicas.

Segundo Lyra, das 30 milhões de toneladas de aço importadas pelos Estados Unidos, apenas 4 milhões de toneladas vêm do Brasil. Se for considerado o consumo de aço norte-americano, o volume de aço brasileiro responde por 3%. "Além disso, as nossas exportações são de produtos semi-acabados, que acaba gerando empregos lá", disse.

Somado a isso, o intuito tem sido o de mostrar que o Brasil mais importa dos Estados Unidos do que exporta para lá. No entanto, da balança comercial brasileira, os Estados Unidos respondem por cerca de 30%. O executivo disse que o governo brasileiro está sensível em relação a esse assunto.

"Os Estados Unidos são o nosso maior mercado de exportação e hoje estamos fora desse mercado e isso nos atinge diretamente", destaca o presidente da Usiminas, Sergio Leite. "O Brasil não deveria estar nessa vala comum", completa o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.

A indústria do aço brasileira sempre teve o foco no mercado interno, mas no momento o setor não tem saída a não ser destinar parte de sua produção para as exportações, disse Sergio Leite. Segundo ele, hoje a indústria siderúrgica do País roda com uma utilização de capacidade de 60%, sendo que o ideal é um patamar de 80%.

No entanto, disse Leite, dado o elevado custo financeiro brasileiro e tributos não recuperados, o setor não possui hoje competitividade para se posicionar globalmente. Sendo assim, o setor siderúrgico necessita, em sua visão, que o aumento do reintegra, mecanismo de restituição de tributos não recuperáveis embutidos nos produtos destinados às exportações, passando de uma alíquota de 2% para 5%.

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