Agropecuária avança no Pará e em Mato Grosso, mas recua no Nordeste, diz IBGE
Os Estados do Pará e Mato Grosso tiveram os maiores aumentos de áreas agrícolas nos últimos 11 anos. No Nordeste, porém, houve uma perda de 9,9 milhões de hectares. Os dados fazem parte dos resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017, divulgados nesta quinta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Nordeste, a área agrícola ficou 9.901.808 hectares menor, o que equivale a aproximadamente o Estado inteiro de Pernambuco a menos na agropecuária local. Segundo Antonio Carlos Florido, coordenador técnico do Censo Agropecuário, o fenômeno pode ter relação com a seca prolongada.
"Foram cinco anos direto de seca no Nordeste, então você chega lá e não tem mais nada. Tem uma área enorme entre a Bahia e o Rio Grande do Norte que já tem um processo avançado de desertificação. Não dá mais nada na terra, então tem gente que estava produzindo e saiu dali", afirmou Florido.
Em 2017, a área total ocupada por estabelecimentos agropecuários em todo o País cresceu 5,0% em relação ao censo de 2006, com 16.573.292 hectares a mais, o equivalente a aproximadamente a área do Acre.
No Pará, a área agrícola cresceu de 22,926 milhões de hectares em 2006 para 29,678 milhões de hectares em 2017. Em Mato grosso, houve avanço de 48,689 milhões para 54,831 milhões no mesmo período.
No total do País, parte das lavouras permanentes cedeu espaço às temporárias. Quase 10 milhões de pastagens naturais foram substituídas por pastagens plantadas. Em 11 anos, cresceu o total de terras com matas naturais e matas plantadas. A silvicultura teve um salto de 79,2% em 2017 ante 2006.
A área produtiva, ocupada por lavouras permanentes, lavouras temporárias, pastagens naturais, pastagens plantadas e matas plantadas aumentou 5.105.408 hectares, passando de 225.368.857 em 2006 para 230.474.265 em 2017.