Economia

CNI reduz projeção para o PIB de 2018 de 2,6% para 1,6%

Redação Folha Vitória

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu todas as projeções para os principais indicadores da economia. De acordo com o Informe Conjuntural divulgado nesta quinta-feira, 26, a entidade cortou a projeção do PIB brasileiro em 2018 de 2,6% divulgada no primeiro trimestre para 1,6%.

A expectativa da entidade é que o PIB da indústria feche 2018 em 1,8%, ante previsão anterior de 3,0%. Segundo a entidade, a redução nas previsões se deve às incertezas sobre os resultados das eleições e os rumos da política econômica do novo governo, aos impactos da greve dos caminhoneiros e às mudanças do cenário internacional, com a tendência de elevação das taxas de juros americanas e a guerra comercial dos EUA com Europa e China.

A CNI projeta um crescimento de 1,3% para o setor de serviços (era 2,2%) e de 2,0% para o consumo das famílias (ante 2,8% em agosto). Para o investimento (FBCF), a previsão era de uma alta de 4,0% e passou para 3,5%. "A paralisação do transporte rodoviário de cargas, no fim de maio, afetou a atividade econômica e alterou a dinâmica de recuperação da indústria", lembrou.

Segundo a CNI, a indústria recuperou em junho parte das perdas provocadas pela greve dos caminhoneiros, mas os efeitos da paralisação continuam prejudicando a atividade econômica, com empresários e consumidores mais pessimistas. Além disso, o estabelecimento de uma tabela com preços mínimos para fretes provoca incertezas jurídicas e pode aumentar os custos das empresas. "O desrespeito às leis de mercado e à livre iniciativa termina também por provocar desestímulos aos negócios e ao investimento, dificultando a recuperação da economia", completa.

No documento, a CNI afirma que o ambiente de incertezas e falta de confiança que impede a recuperação da atividade econômica só mudará quando for definido o quadro eleitoral e um programa efetivo de ajuste fiscal. A entidade ressaltou que o próximo governo terá que fazer um grande esforço para equilibrar as contas públicas e que a reforma da Previdência é crucial para isso. "Somente a definição do quadro eleitoral e a explicitação de um programa crível e efetivo de ajuste econômico irá sedimentar expectativas positivas quanto ao desempenho da economia para além de 2018", completa.

A confederação recomendou ainda que sejam adotadas medidas adicionais de contenção do crescimento dos gastos obrigatórios, como o com pessoal e outros programas, para assegurar o cumprimento das metas fiscais.

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