Economia

Moreira Franco vai pedir adiamento de paralisação de Mexilhão

Redação Folha Vitória

O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, vai pedir ao presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, em reunião na próxima segunda-feira, 30, para que ele adie a manutenção da plataforma de Mexilhão, produtora de gás natural na bacia de Santos, para evitar que a redução da oferta de gás natural no País tenha impacto nas tarifas do setor elétrico. Ao chegar hoje ao leilão da Cepisa, na B3, o ministro afirmou que quer evitar o impacto no bolso do consumidor.

Na B3, Moreira disse a jornalistas que "se não me engano, tenho amanhã (27) um encontro com o presidente da Petrobras onde vamos tratar disso". Na verdade, a reunião será na próxima segunda-feira, informou a Petrobras, em encontro que já havia sido agendado a pedido de Monteiro para tratar de outro assunto.

A Petrobras informou na quarta-feira que vai parar a plataforma por questões de segurança e também para realizar uma obra que vai melhorar o escoamento do gás natural do pré-sal da bacia de Santos. A parada vai durar 45 dias e, nesse período, o Operador Nacional do Sistema (ONS) terá que lançar mão de outras fontes de geração de energia em pleno período seco, época que vai até novembro, o que pode encarecer o custo da energia no País às vésperas das eleições.

Com menos chuvas, as hidrelétricas geram menos energia e o ONS talvez precise despachar térmicas mais caras. Segundo o operador, porém, "as fontes a serem utilizadas serão as indicadas pelo modelo de acordo com a ordem mérito, que leva em consideração o menor custo", informou em nota.

Esta não seria a primeira vez que o governo faria uma interferência nas decisões empresarias da Petrobras. Na greve dos caminhoneiros a empresa foi obrigada a reduzir e congelar o preço do diesel nas refinarias, o que provocou a saída do então presidente Pedro Parente.