Economia

'Tesouro encerrou etapa de leilões extraordinários', diz coordenadora

A coordenadora lembrou que o ambiente externo apresenta volatilidade há algum tempo e avaliou que não haveria como o Brasil ficar imune por muito tempo, ainda mais em um ano de incertezas eleitorais

Redação Folha Vitória

A coordenadora de operações da Dívida Pública Federal, Márcia Tapajós, disse nesta quarta-feira, 25, que o Tesouro Nacional encerrou "a etapa" de leilões extraordinários de recompras na primeira semana de julho e está paulatinamente retomando o calendário de leilões normais de títulos.

"Encerramos os leilões extraordinários, mas o Tesouro permanece atento às condições de mercado, em ação coordenada com o Banco Central. A ação coordenada com o BC tem um efeito muito mais efetivo", afirmou.

Ela enfatizou, no entanto, que não há previsão de novas atuações extraordinárias. "Reduzimos bastante o risco de mercado com essas recompras. Entendemos que o mercado alcançou um novo equilíbrio e não vemos a necessidade de o Tesouro voltar a atuar", avaliou.

A coordenadora lembrou que o ambiente externo apresenta volatilidade há algum tempo e avaliou que não haveria como o Brasil ficar imune por muito tempo, ainda mais em um ano de incertezas eleitorais. "Vimos um repique nos juros desse pacote todo (mercado externo e eleições), mas o Tesouro e o BC agiram de forma bastante diligente para ajudar os investires a reprecificarem os ativos", completou.

Márcia explicou ainda que o Tesouro está voltando gradativamente os leilões de títulos, em volumes menores que devem ir aumentando ao longo do tempo até retornarem ao ritmo anterior.

Ela respondeu ainda que o Tesouro não fará leilões adicionais de NTN-Bs além do que já está programado. "Ainda não retomamos os leilões de NTN-F. Ainda vamos avaliar os leilões desse título", completou.

Os leilões extraordinários realizados pelo Tesouro Nacional para fazer frente às turbulências do mercado nos últimos meses resultaram em uma recompra líquida de R$ 22,042 bilhões de maio a julho. Nesse período, a recompra de títulos somou R$ 24,227 bilhões enquanto a venda chegou a R$ 2,185 bilhões.

Já em julho, o Tesouro Nacional recomprou R$ 3,577 bilhões em títulos e vendeu mais R$ 643,2 milhões, resultando em uma recompra líquida de R$ 2,933 bilhões.

Recompra externa

Márcia disse ainda nesta quarta-feira, 25, que as operações de recompra de títulos da dívida externa somaram US$ 20,35 milhões em junho e já chegam a US$ 143 milhões nos últimos 12 meses.

"O mercado externo vem tendo comportamento volátil há algum tempo, o que favoreceu as operações de recompra do Tesouro nos últimos meses. São operações que podem ser feitas diariamente sempre que o Tesouro julgar interessante", explicou.