Após 5 anos, carteira de trabalho volta a subir na comparação trimestral
O pesquisador afirmou que São Paulo tem "efeito farol", porque o restante das regiões tende a seguir a tendência esboçada antes pela região
O total de vagas com carteira assinada no setor privado aumentou 0,9% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre do ano, a primeira alta significativa em cinco anos, ressaltou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora o crescimento de 1,6% na população ocupada no período ainda tenha sido puxado pela informalidade, houve abertura de 294 mil postos de trabalho com carteira assinada em relação ao primeiro trimestre do ano.
"Depois de cinco anos, a carteira de trabalho volta a subir na comparação trimestral. Na comparação anual a gente vinha mostrando aumento, mas essa foi a primeira vez que a carteira de trabalho sobe depois de cinco anos, 20 trimestres. Pela primeira vez tem aumento expressivo", afirmou Azeredo.
O pesquisador apontou a indústria como principal responsável pela abertura de vagas formais no segundo trimestre. O setor gerou 50% dos postos formais criados no período: dos 319 mil contratados pela indústria em um trimestre, 146 mil foram com carteira assinada.
"Eu acho que a gente tem um diferencial agora, que é o aumento expressivo na carteira de trabalho e que está acontecendo na indústria, que é grupamento bastante importante. E está acontecendo em dois Estados que tem importância, São Paulo e Minas Gerais", disse Azeredo.
O pesquisador afirmou que São Paulo tem "efeito farol", porque o restante das regiões tende a seguir a tendência esboçada antes pela região.
"A informalidade cresce junto com todo esse processo. Não temos como dizer que daqui a pouco todo esse contingente informal vai se transformar em contingente formal", ponderou Azeredo. "Mas, em primeiro lugar, cresce a informalidade, depois a carteira começa a chegar junto", complementou.