Economia

BCE viu China e possíveis efeitos de alta dos juros nos EUA como riscos em julho

Redação Folha Vitória

Frankfurt - Autoridades do Banco Central Europeu (BCE) destacaram incertezas em torno da China e possíveis efeitos de futuras altas de juros nos EUA como riscos para a economia da zona do euro quando tiveram sua última reunião de política monetária, nos dias 15 e 16 de julho, segundo a ata do encontro. Isso sugere que o conselho diretor do BCE estava atento aos riscos globais semanas antes de Pequim surpreender os mercados financeiros globais com uma drástica desvalorização do yuan, na última segunda-feira.

O documento, que foi publicado nesta manhã, também mostra que o BCE estava confiante de que a zona do euro tinha condições de absorver o impacto da crise da dívida da Grécia, que já vinha dando sinais de estar perdendo força, na época da reunião. Na ocasião, os riscos oriundos da situação grega foram vistos como "contidos, de forma geral".

De qualquer forma, os dirigentes do BCE alertaram que o desempenho econômico do bloco é bem inferior ao dos EUA e que reformas estruturais são necessárias para impulsionar o crescimento no longo prazo. Enquanto os EUA têm "registrado uma recuperação significativa" na atividade, a produção da zona do euro se manteve próxima do nível em que estava em 2008, comentou o BCE na ata.

"Não havia motivo para complacência, ainda mais com a persistência dos riscos e vulnerabilidades, particularmente relacionados a fatores geopolíticos, as negociações sobre o programa (de ajuda) da Grécia e as perspectivas de crescimento em mercados emergentes, incluindo a China", afirma o documento.

Na reunião do mês passado, o BCE decidiu manter suas principais taxa de juros inalteradas e dar continuidade a outros programas de estímulo monetário. Em março, o BCE lançou um programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) para a compra de até 60 bilhões de euros (US$ 67 bilhões) em ativos por mês, compostos principalmente por bônus soberanos. A princípio, o QE deverá se estender até setembro de 2016.

Embora a postura do BCE em julho tenha sido apropriada, diante do cenário econômico e de inflação, "a situação atual continua desafiadora e sujeita a riscos de baixa" e os eventos financeiros da China, particularmente, podem ter um impacto adverso maior do que o esperado, levando-se em conta o papel relevante do gigante asiático no comércio exterior, diz a ata.

O BCE também afirmou que as condições financeiras da zona do euro precisam ser monitoradas cuidadosamente e que, se houver necessidade, voltará a agir com novas medidas, Além disso, o BCE acredita que é muito cedo para avaliar se as expectativas de inflação estão ancoradas com firmeza. Fonte: Dow Jones Newswires.

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