Economia

CNDL/SPC: se houver mudança na área política, teremos dias melhores

Redação Folha Vitória

Brasília - Um desfecho político favorável para o País e rápido será fundamental para a recuperação das vendas do varejo não apenas neste como no próximo ano. A avaliação foi feita pelo presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro. "Se houver mudança na área política, teremos dias melhores. Caso contrário, dias piores", disse. Para ele, é preciso haver um processo de convergência e de credibilidade na área política.

O dirigente destacou que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o vice-presidente da República, Michel Temer, estão procurando soluções para o fim da crise. "O problema é que temos de uma semana a 10 dias para inverter esse momento de confiança, pois estamos chegando no período de maior venda do comércio: setembro, outubro, novembro e dezembro", disse.

Pinheiro avaliou que o desempenho das vendas no varejo estão sendo prejudicadas pela diminuição da confiança do consumidor e a exigência maior da qualidade dos credores. "Cerca de 97% do nosso setor é formado por micro e pequenas empresas, que têm dificuldades para apresentar o que os bancos querem delas no momento de crédito, como detalhamento do balanço, por exemplo", disse.

Apenas levando em consideração as datas comemorativas em relação ao mesmo período do ano passado, foi registrada uma queda de 4,93% das vendas da Páscoa, de 0,59% no Dia das Mães e de 11,21% no Dia dos Pais. "Essa queda de mais de 11% é um número que já chega a preocupar o varejo porque indica desemprego", comentou Pinheiro.

A economista do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kawauti, salientou ainda que os ajustes deste ano, se não forem feitos em breve, poderão impactar também os resultados de 2016. Ela destacou que a situação atual é pior do que a de 2012, quando foram apresentados os piores números sobre a atividade até o momento.

A inadimplência em julho deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado aumentou 4,47%. Em igual mês de 2012, pela mesma comparação, a elevação foi de 5,84%.

"Os números se aproximam dos de 2012, mas a situação hoje é mais crítica", comparou a economista. Ela lembrou que, naquele ano, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) era de 4% e, quando o ano terminou, a expectativa era de 1%. "Se falava em ano perdido, mal sabiam o que viria pela frente", disse.

A maior diferença, de acordo com ela, é que, apesar de haver menos conta para pagar atualmente do que há três anos e também menos gente consumindo, a inadimplência está em alta. Para a economista, a base de crédito agora deve limitar o crescimento da inadimplência nos próximos meses. "Mas não é só o número, é também o contexto."

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