Economia

ONS volta a reduzir projeção de chuvas na região Sudeste/Centro-Oeste em agosto

Redação Folha Vitória

São Paulo - O Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico voltou a reduzir nesta sexta-feira, 14, a expectativa de afluência para a região Sudeste/Centro-Oeste durante o mês de agosto. A projeção inicial, estabelecida em 101% da média de longo termo (MLT), foi revisada para 92% na semana passada e para 89% nesta segunda revisão mensal.

Com menos chuvas, o Informe do Programa Mensal de Operação (IPMO) também aponta para uma queda no nível dos reservatórios, que deve chegar ao dia 31 de agosto com o equivalente a 34,9% da capacidade de armazenamento. A projeção inicial, de 36,6%, já havia sido reduzida para 35,6% na semana passada.

Os mais recentes dados divulgados pelo ONS indicam que o nível dos reservatórios vai cair em relação ao atual patamar de 36,43%, porém a retração é considerada discreta para um mês tipicamente seco como é agosto. Tanto que, hoje, o presidente da CPFL, Wilson Ferreira Junior, afirmou que o nível de armazenamento dos reservatórios no País deve chegar ao início do período chuvoso, em novembro, com o equivalente a 25% da capacidade. O número considerado de segurança é acima de 15%.

O alívio permitiu ao governo federal desligar as térmicas mais caras desde o último final de semana e projetar uma economia de R$ 5,5 bilhões calculada a partir de um custo mensal de operação (CMO) menor. Essas usinas respondiam por uma geração da ordem de 2.000 MW médios de energia.

A situação do sistema elétrico nacional estaria ainda menos preocupante não fosse o submercado Nordeste. A Energia Natural Afluente (ENA) na região deve ser equivalente a 50% da média histórica para meses de agosto. O número é ainda pior do que a projeção de 52% da semana passada. A primeira previsão mensal indicava uma ENA de 54%.

Confirmada tal projeção, o nível dos reservatórios deve chegar ao dia 31 de agosto em 18,3%, inferior ao patamar de 18,5% previsto uma semana atrás. Os dados divulgados pelo ONS, referentes a ontem, apontam que a taxa de armazenamento na região estava em 21,01%.

Na região Sul, por outro lado, as previsões continuam favoráveis, apesar do menor volume de chuvas nas últimas duas semanas. O ONS reduziu a expectativa de ENA de 103% para 88% da MLT - a previsão inicial era de 132% -, mas ainda assim os reservatórios devem chegar ao final do ano com o equivalente a 79,9% da capacidade de reservação. Uma semana atrás, a previsão indicava 87,7% e, ontem, o número computado pelo ONS era de 91,26%.

A ENA prevista na região Norte ficou praticamente inalterada, ao oscilar de 80% na semana passada para 79% hoje. Os reservatórios devem chegar ao dia 31 de agosto com o equivalente a 61,5% da capacidade, abaixo dos 66,4% previstos na semana passada e dos 71,73% registrados ontem.

Carga

A despeito das projeções menos otimistas em relação à afluência das próximas duas semanas, o equilíbrio do sistema elétrico brasileiro continua sendo possível graças à redução da carga. Hoje, o ONS revisou de -3,3% para -3,2% a expectativa do indicador em agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado. A carga deve totalizar 61.162 MW médios neste ano.

A variação negativa continua a ser influenciada pelo submercado Sudeste/Centro-Oeste, onde a carga deve encolher 4,7%. No Sul, a queda esperada é de 3,2%. Nas regiões Nordeste e Norte, por outro lado, a carga deve crescer 0,1% e 1,7%, respectivamente.

CMO

A redução da projeção de ENA em todos os submercados também refletiu no cálculo do Custo Marginal de Operação (CMO) previsto para a semana entre 15 e 21 de agosto. Nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte, o número foi ajustado de R$ 120,99/MWh para R$ 126,93/MWh, uma variação de 4,9%.

O custo mais elevado permanece na região Nordeste, com um preço de R$ 222,66/MWh. Nesse caso, o CMO foi elevado em 6,1% sobre os R$ 209,85/MWh da semana anterior.

O CMO é o indicador de custo que baliza o preço de liquidação das diferenças (PLD) do mercado spot de energia. O PLD da próxima semana deve ser divulgado ao longo desta tarde pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

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