Economia

Produção industrial em junho mostra que 'País parou', diz economista da Saga

Redação Folha Vitória

São Paulo - Os números negativos da produção industrial, divulgados nesta terça-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforçam que a economia brasileira está parada, com os investimentos sendo dizimados, avaliou ao Broadcast o economista-chefe da Saga Capital, Marcelo Castello Branco. Segundo ele, as quedas de bens de capital, de 3,3% em junho ante maio, e baixa de 17,2% em relação ao sexto mês de 2014, além do declínio de 10,7% de bens de capital na comparação mensal e de -2,4% no confronto com junho do ano passado são o centro "nevrálgico" da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje. .

"A PIM mostra que o País parou. Não adianta pensar que deixar de fazer o País crescer fará com que a inflação ceda, pois precisa de PIB potencial para que isso aconteça. Com essa PIM, nosso produto potencial está sendo dizimado e já está em zero ou até mesmo negativo", analisou.

O economista avalia que a produção do setor industrial vai permanecer no campo negativo nos próximos meses, mas provavelmente não irá mostrar piora. "É natural uma acomodação", disse (em níveis baixos).

Com redução da confiança e sem perspectivas de reversão, Castello Branco disse não vislumbrar retomada da indústria, mesmo com a depreciação cambial. Segundo ele, o câmbio desvalorizado sempre tende a ajudar o exportador, mas não pode depender somente do câmbio, acreditar que ele pode ser salvação da indústria. "Até porque não pode pensar que a China será o driver de crescimento global como foi 2005, 2006 e 2007. Não dá para pensar em um modelo no sentido de vamos resolver nossos problemas, exportando-os para o mundo, que ele resolve. Essa forma de funcionamento acabou lá em 2008. Agora, cada um vai ter de resolver seu problema", afirmou.

O economista ressaltou que o País deve continuar sem progredir, "remando contra a maré", disse, acrescentando que espera queda de 1,50% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 e recuo de 0,50% em 2016. "Não acredito que a economia vai entrar em colapso, que irá ter uma recessão de 3%, mas também não deve mostrar recuperação. É uma situação de conformismo", afirmou.

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