Economia

CNC corta em 75% estimativa para abertura de lojas em 2018

Redação Folha Vitória

O atual cenário de recuperação econômica ainda lenta e de cautela nos investimentos deve fazer com que o País ganhe apenas 5,2 mil novas lojas este ano, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A previsão representa quase um quarto da estimativa anterior, de abertura de 20,7 mil novos estabelecimentos comerciais em 2018.

O comércio varejista brasileiro registrou uma criação de 2.252 pontos de venda de janeiro a junho deste ano. O resultado, que inclui apenas estabelecimentos comerciais com vínculo empregatício, representa o melhor desempenho semestral desde a segunda metade de 2013, quando foram criadas mais 16,7 mil lojas. A CNC lembra, no entanto, que o avanço ainda é tímido, refletindo a perda de fôlego da economia e as incertezas quanto à materialização de investimentos por parte do setor varejista.

Além das paralisações ocorridas no terceiro bimestre do ano, o fraco cenário do mercado de trabalho, a desvalorização do real, as pressões de custos impostas pelo ritmo mais acelerado de preços administrados e, principalmente, a elevada incerteza com relação ao cenário político são alguns dos principais fatores inibidores de investimentos, enumera a CNC.

"Apesar do saldo positivo de lojas ao longo dos últimos seis meses, o ritmo de expansão do número de pontos de venda pode ser considerado tão frustrante quanto a percepção de desaceleração no ritmo de atividade econômica", resumiu Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC, em nota.

A entidade reviu também a previsão para o volume de vendas no varejo este ano, de uma alta de 4,7% para um avanço de 4,5% em relação a 2017.

No primeiro semestre de 2018, o segmento de hipermercados e supermercados gerou o maior número de novos estabelecimentos em números absolutos (+1.378), seguido pelo setor de artigos de uso pessoal e doméstico (+841) e pelo ramo de vestuário (+782). Por outro lado, os estabelecimentos especializados em venda de materiais de construção foram os que mais fecharam as portas no primeiro semestre, com 915 lojas a menos.

Regionalmente, houve abertura de novos pontos de venda em 11 das 27 unidades da Federação no primeiro semestre, com destaque para os Estados de São Paulo (+2.468), Santa Catarina (+852) e Minas Gerais (+340). O Rio de Janeiro, com 1.038 estabelecimentos a menos, foi responsável por 45% dos fechamentos entre as unidades da Federação que registraram saldos negativos.

A crise no varejo brasileiro, iniciada em 2014, provocou o fechamento de 226,7 mil pontos de venda em todo o País, desde o início de 2015 até o fim do primeiro semestre de 2017.