Petrobras confirma meta de 2,5x de dívida líquida/Ebitda no fim de 2018
O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, confirmou a meta de alavancagem, de 2,5 vezes a dívida líquida sobre Ebitda no final de 2018. Porém, disse que a empresa não vai atingir o investimento previsto neste ano. A projeção é de investir US$ 15 bilhões em 2018. No horizonte do plano de negócios, no entanto, a meta de investimento está mantida, de US$ 74,5 bilhões.
Ao abrir a entrevista coletiva de imprensa para apresentar o resultado financeiro do segundo trimestre, Monteiro classificou o lucro do período, de cerca de R$ 10,1 bilhões, como "bastante forte".
Ele destacou que este é o melhor desempenho desde igual período de 2011. Porém, ressaltou que naquela época, o resultado financeiro foi beneficiado pela alta do petróleo, acima da marca de US$ 100 por barril.
No segundo trimestre de 2018, pesou a favor da companhia seu resultado operacional, com destaque para entrada em operação de plataforma na área de cessão onerosa.
Além disso, a demonstração contábil reflete as mudanças no perfil da dívida, com alongamento de prazos e redução dos juros. Não fosse isso, a empresa hoje pagaria mais juros, segundo ele.
Posição atual de caixa
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Rafael Grisolia, afirmou que a posição atual de caixa cobre os principais vencimentos da dívida até 2021 e o foco da gestão será agora "atacar" os vencimentos a partir de 2022. "Temos vários vencimentos a partir de 2022", afirmou, em entrevista coletiva para comentar o balanço do segundo trimestre.
O executivo destacou a redução do endividamento como um dos fatores para atingir o lucro líquido de R$ 10,1 bilhões no segundo trimestre e de R$ 17 bilhões no primeiro semestre deste ano. "A redução da dívida liquida ajuda bastante nesse momento, com menor despesa financeira."
Grisolia lembrou que a gestão da dívida começou em 2015 e desde então a empresa vem conseguindo "uma trajetória importante de redução", que levou a dívida líquida para US$ 74 bilhões no final do primeiro semestre.
"Estamos aproveitamento as condições de mercado para fazer pagamento e alongamento (da dívida), fomos agora para 9,1 anos", disse, referindo-se ao prazo para o pagamento das dívidas. Ele observou no entanto que a alavancagem da empresa ainda é alta, acima dos principais competidores da estatal.
Para concluir, Grisolia ressaltou que a Petrobras, que vem sendo atacada por fazer ajustes diários da gasolina, contribuiu no primeiro semestre com R$ 83 bilhões com a sociedade, através do pagamento de tributos e participações governamentais.