Economia

Economia crescerá até 1,3% em 2015, prevê economista

Redação Folha Vitória

São Paulo - O ritmo de crescimento da economia brasileira deve apresentar aceleração moderada em 2015 e recuperar um ritmo mais consistente a partir de 2016, projetou nesta terça-feira, 30, o economista do Itaú Caio Megale. O Produto Interno Bruto (PIB) nacional deve ficar praticamente estável em 2014, com alta de 0,1% sobre o ano passado, e alcançar uma expansão de 1,3% em 2015. A partir de 2016, destaca Megale, o "Brasil estará livre para crescer mais", fruto do processo de "balanceamento" pelo qual passa a economia brasileira.

"A grande diferença se dará em função de as reformas acontecerem. Podemos crescer (em 2016) por volta de 3% ou um pouco mais de 3%, ou mais próximo de 2%", pontua Megale, que participa nesta terça-feira do "Seminário Brasil 2015 - Perspectivas para o País", organizado pela Amcham.

Para crescer mais a partir de 2015, o Brasil contará com uma economia norte-americana mais fortalecida, uma base de comparação mais fraca de 2014 e, principalmente, a evolução de um processo de balanceamento pelo qual passa a economia nacional, segundo Megale. O balanceamento citado pelo economista vem da combinação de uma série de fatores internos, incluindo ajustes no déficit interno e no nível dos estoques da indústria nacional.

O nível do desemprego também deve crescer de forma moderada em 2015, segundo Megale, podendo subir de 5% neste ano para 5,6% em 2015. Já a taxa de inflação deve ficar em 6,4% no próximo ano, mas com importante mudança em sua configuração. "Adiante, a desaceleração da economia trará preços livres para baixo. Mas precisamos repassar os preços administrados", salientou Megale, após lembrar que a inflação brasileira cresceu muito em função dos preços livres, já que a elevação dos preços administrados foi contida.

Após a fala do economista do Itaú, o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, informou que os empréstimos concedidos ao setor ao longo de 2013 e 2014, como forma de mitigar reajustes na tarifa já no decorrer deste ano, representam uma conta de quase R$ 30 bilhões a ser paga a partir do próximo ano. "A perspectiva para 2015 é de ajustes nas tarifas de energia elétrica para começar a pagar essa conta", enfatizou. Pouco antes, Megale lembrou que os reajustes das tarifas neste ano já estão na casa de 30%.

Câmbio

O economista do Itaú também alertou a plateia presente no evento, formada basicamente por presidentes e diretores de grandes empresas, que a tendência de um dólar mais valorizado é sustentada por fundamentos internos e externos, caso do déficit brasileiro e elevação da taxa de juros dos Estados Unidos, e por isso não é razoável esperar nova apreciação do real. "(A valorização do dólar) foi mais rápida do que a gente imaginava, mas os fundamentos sugerem um câmbio (real) mais depreciado. Não sei se o número é de R$ 2,45, R$ 2,50 ou R$ 2,60, mas a tendência vai nessa direção", afirmou Megale, para quem um câmbio na casa de R$ 2,50 pode ser considerado um "ponto de equilíbrio".

Caso o dólar supere o patamar de R$ 2,50 e se mantenha nesse nível ainda no final deste ano, Megale acredita que o Banco Central poderá ser "obrigado" a subir os juros no início de 2015. Para o final do próximo ano e no decorrer de 2016, os juros poderiam voltar a cair.

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