Economia

Cnova vê possível desaceleração de venda de smartphone com aumento de imposto

Redação Folha Vitória

São Paulo - A decisão do governo de revisar a política de desoneração de PIS/Cofins para itens eletrônicos como smartphones e tablets pode afetar o desempenho das vendas no varejo e no comércio eletrônico, avaliou o CO-CEO da Cnova, German Quiroga. O executivo, que participa de evento em São Paulo, ponderou que o risco é de uma redução da demanda justamente entre as populações de renda mais baixa, que vinham ganhando acesso à internet por meio de dispositivos móveis.

"O smartphone segue sendo uma das categorias que mais crescem no comércio eletrônico e essa medida abala porque afeta as classes de renda mais baixa, pode dar uma desacelerada no mercado", comentou Quiroga ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Ele considerou que a retirada da desoneração seria "uma pena" porque o mecanismo serviu para "garantir a massificação da tecnologia".

Apesar de considerar que há risco de desaceleração, Quiroga acredita que os smartphones seguirão sendo itens de desejo do consumidor. "Tem uma grande atratividade em razão da renovação da tecnologia", avaliou.

Quiroga considerou que a Cnova, empresa que reuniu ativos de comércio eletrônico do Grupo Pão de Açúcar e do Casino, tem trabalhado para ganhar participação de mercado no atual ambiente de desaceleração das vendas do comércio eletrônico. "Como uma empresa grande, temos acesso a custos menores e estamos estruturados de forma enxuta, conseguimos ser mais competitivos e isso ajuda a gente na crise a ganhar share", afirmou.

As vendas do comércio eletrônico no Brasil estão desacelerando, segundo dados da E-bit, empresa especializada em informações do setor. A projeção para o desempenho do e-commerce em 2015 foi revista: no início do ano se esperava crescimento de 20% de faturamento e agora a projeção é 15%.

O executivo da Cnova destacou ainda o crescimento do marketplace dentro da companhia, dona dos sites do Pontofrio, Casas Bahia e Extra. Na média do segundo trimestre de 2015, 8,9% das vendas vieram do marketplace, modelo de negócios pelo qual a Cnova recebe uma comissão por vendas que varejistas terceiros fazem em sua plataforma. De acordo com Quiroga, essa participação mais recentemente já tem sido de 15%, crescimento que ele considera uma "tendência natural do setor".

Atualmente, a Cnova tem cerca de 900 parceiros que vendem por sua plataforma de marketplace e a expectativa da companhia é chegar a 2 mil até o final do ano.

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