Economia

Opep deve elevar cota de produção oficial, com retorno da Indonésia ao grupo

Redação Folha Vitória

Doha, Catar - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deve aumentar sua cota oficial de produção, com o retorno previsto da Indonésia ao cartel em dezembro, disseram delegados da entidade.

Os membros que já são da Opep não devem na verdade aumentar sua produção, mas apenas serão acrescentados os 800 mil barris por dia produzidos pela Indonésia à meta existente de 30 milhões de barris diários, segundo delegados. O grupo já produz cerca de 31 milhões de barris ao dia sem a Indonésia. Sua cota de produção é decidida em reuniões a cada semestre, mas é geralmente superada por países como Arábia Saudita e Iraque, que têm produzido mais petróleo para defender sua fatia de mercado, em um momento de preços baixos da commodity.

Ainda assim, os delegados da Opep disseram temer que uma alta na cota de produção para 30,8 milhões de barris ao dia poderia ter um impacto psicológico sobre os mercados e reduzir mais os preços. "O mercado deve reagir à nova meta, mesmo que isso não tenha qualquer significado físico", disse um delegado da Opep de um país do Golfo Pérsico.

A meta maior deve entrar em vigor na próxima reunião da Opep em Viena, de 4 de dezembro, após o grupo sinalizar que a Indonésia é bem-vinda de volta à organização. A Indonésia deixou a Opep em 2009, após se tornar um importador líquido de petróleo, mas agora quer voltar.

Um delegado da Opep disse que havia ceticismo dentro do grupo sobre o retorno indonésio, porque a intenção do cartel é ter preços mais altos. A novidade é "muito estranha para mim", disse a fonte. "Há um conflito de interesses, já que isso vai apoiar os preços baixos."

Autoridades indonésias afirmam que desejam voltar à Opep para fortalecer a cooperação com o cartel. O país busca também investimentos no setor, inclusive de países da Opep, que podem fornecer petróleo para refinarias indonésias.

Delegados disseram que os membros da Opep em geral não demonstraram entusiasmo com a volta da Indonésia, mas tampouco se opuseram ao retorno. O grupo já tem divisões: em dificuldades financeiras, Argélia e Venezuela pressionam por medidas para elevar os preços, inclusive com um corte na produção, enquanto os países do Golfo Pérsico produzem em níveis recordes, mais interessados em defender sua cota de mercado. Fonte: Dow Jones Newswires.

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