Economia

Fed: Kaplan projeta que PIB dos EUA terá contração de 3% em 2020

O presidente da distrital de Dallas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Robert Kaplan, projetou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrará contração de cerca de 3% em 2020, e expansão de 3,5% em 2021. Pelas previsões dele, a taxa de desemprego deve terminar este ano perto de 7,5%, antes de recuar a 5,7% no final do próximo. Já a inflação anual pelo PCE deve encerrar 2020 em 1,6%.

Os números constam em ensaio publicado nesta terça-feira no site da instituição. No documento, Kaplan argumenta que, após a crise da covid-19, o mundo será muito diferente, de forma imprevisível. Por isso, para ele, nas reuniões futuras, o Fed precisar ter flexibilidade para realizar julgamentos sobre a economia.

"Estou cético em relação aos benefícios de uma orientação futura ("foward guidance") aprimorada no momento, porque as taxas de juros já estão historicamente baixas e, mesmo antes desta reunião (de setembro, as expectativas do mercado eram de que permanecessem baixas nos próximos anos", destacou.

Apoio fiscal

Kaplan voltou a defender a necessidade de implementação de mais apoio fiscal nos Estados Unidos. No ensaio, o dirigente argumentou que um novo pacote é importante para apoiar desempregados e fornecer assistência a governos locais e estaduais. "A falta de alívio fiscal adicional criaria um risco negativo para minha previsão econômica para 2020 e 2021", escreveu.

Kaplan acrescentou que o ritmo de recuperação vai depender da capacidade do país em controlar o coronavírus. Para isso, ele cita o uso de máscaras, o distanciamento social e o cumprimento de normas sanitárias, além da ampliação do volume de testes. "Mesmo com uma vacina eficaz, que esperamos ser aprovada nos próximos meses, essas medidas provavelmente serão vitais até que possamos imunizar com segurança a maior parte da população", destacou.

O dirigente assegurou que o Fed fará tudo o que for possível para ajudar os EUA a superarem a crise. De acordo com ele, as prioridades devem ser combater a covid-19 e atingir os objetivos do mandato duplo da autoridade monetária - máximo emprego e estabilidade de preços. Isso inclui manter juros baixos e seguir com os programas de crédito pelo tempo que for necessário. "Além disso, acredito que é necessário manter o foco em fazer mais para ajudar as pequenas e médias empresas a terem acesso ao capital", ressaltou.