Economia

Ganhador de prêmio Nobel comandará relatório de clima

Redação Folha Vitória

Paris - À frente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, Rajendra Kumar Pachauri, prêmio Nobel da Paz em 2008, comandará a elaboração do relatório-síntese do 5º Relatório de Análise sobre o tema.

Quais são, na sua avaliação, as principais conclusões do IPCC em 2013 e 2014?

As principais conclusões do Grupo de Trabalho I, lançado em setembro de 2013, são: o aquecimento do sistema climático é inequívoco; a influência humana na mudança climática é clara; cada uma das últimas três décadas tem sido sucessivamente mais quente na superfície da Terra do que qualquer década anterior desde 1850. O Grupo de Trabalho II, lançado em março de 2014, apontou que a mudança climática já está causando danos e, quanto mais quente o clima, mais riscos vamos enfrentar, incluindo a possibilidade de danos irreversíveis.

 

Os cientistas estão no limite do conhecimento sobre as mudanças climáticas?

Sabemos o suficiente para ter certeza de que poderemos enfrentar uma calamidade mundial se continuarmos no 'business as usual' e se deixarmos de agir para nos adaptar e mitigar mudanças.

Houve um certo temor de que o IPCC esteja perdendo seu poder de influenciar os responsáveis políticos. Como o senhor analisa as críticas?

As mudanças climáticas estão claramente de volta à agenda global. Isso fica claro no forte aumento de cobertura da mídia e no crescente número de iniciativas privadas e governamentais. No mês passado, centenas de milhares de pessoas marcharam de forma espontânea nas ruas de Nova York para lembrar os políticos à frente da Cúpula do Clima da ONU de que não podemos mais adiar a ação sobre as mudanças climáticas.

O lobby climático ainda atrapalha o debate?

Creio que podemos enfim ter chegado a um ponto de inflexão em relação não apenas a percepções sobre as mudanças, mas sobre o desejo de agir. Apelos à ação estão vindo não só da sociedade civil, por um número crescente de corporações e governos, mas de líderes militares, que percebem que 'business as usual' não é mais sustentável.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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