Para oposição na Câmara, rebaixamento é fruto de 'ingovernabilidade crônica'
Brasília - Partidos de oposição na Câmara dos Deputados culparam o governo Dilma Rousseff pelo rebaixamento anunciado nesta quinta-feira, 15, pela agência de classificação de risco Fitch. Os oposicionistas concluíram que o rebaixamento agrava a situação econômica do País e afirmaram que a situação é fruto do quadro de "ingovernabilidade crônica".
"Agrava a situação e era esperado. Vamos ver aí um desdobramento muito mais grave do ponto de vista do caos econômico", comentou o líder do PPS, Rubens Bueno.
A Fitch rebaixou a nota de crédito do Brasil de BBB para BBB-. A perspectiva da nota permanece negativa. Em seu comunicado, a agência diz que o corte no rating reflete o crescente endividamento do governo, os crescentes desafios à consolidação fiscal e a piora da perspectiva para o crescimento econômico.
A agência apontou também as incertezas políticas como um dos ingredientes do cenário de desconfiança. A oposição afirma que o ambiente político foi criado pelo governo e atribui o problema à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Primeiro é mais ministérios, é o balcão de negócios criado há mais de 12 anos. Evidente que isso tem limite e o governo não consegue controlar sua base. Isso contamina a todos. E as denúncias da Operação Lava Jato agravou muito mais a situação", afirmou Bueno.
Os oposicionistas criticaram a falta de gestão e de capacidade da presidente que, na visão deles, comprometeu as conquistas do Plano Real. Eles dizem que o Planalto promoveu "irresponsabilidade fiscal" para se garantir no poder.
"Era mais ou menos previsível que isso aconteceria tendo em vista o próprio agravamento do quadro econômico brasileiro. A gente tem um governo que não tem controle na economia e sua condução política agrava ainda mais a situação. A gente tem um quadro de ingovernabilidade crônica na realidade brasileira", comentou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).