Economia

Produção da Opep foi recorde em setembro, diz AIE

Redação Folha Vitória

Paris - A produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) foi recorde em setembro, informou hoje a Agência Internacional de Energia (AIE), destacando os desafios que o cartel enfrenta para seguir em frente com planos de produzir menos.

No mês passado, a Opep fechou um acordo informal, na Argélia, para cortar sua produção de formar a reduzir o excesso de oferta e ajudar a sustentar os preços do petróleo, que estão em trajetória de baixa há mais de dois anos.

Em relatório mensal, contudo, a AIE apontou que a produção da Opep subiu 160 mil barris por dia (bpd) em setembro, ao nível inédito de 33,64 milhões de bpd. Isso significa que o grupo precisa reduzir sua produção em 640 mil bpd a 1,14 milhão de bpd, para chegar a um volume entre 32,5 milhões de bpd a 33 milhões de bps, intervalo do teto estipulado na Argélia.

"A Opep efetivamente abandonou sua política de livre mercado estabelecida há quase dois anos", comentou a AIE, que presta consultoria sobre energia a países industrializados.

O Iraque, cuja produção foi uma das questões mais polêmicas na Argélia, uma vez que Bagdá contesta cálculos independentes, produziu 4,46 milhões de bpd, também nível recorde e cerca de 90 mil bpd acima do resultado de agosto, disse a AIE.

Já a oferta da Líbia, Irã e Nigéria cresceu, respectivamente, 70 mil bpd, 30 mil bpd e 20 mil bpd, de acordo com o documento da AIE. Mais aumentos nesses três países, que não foram incluídos no acordo da Argélia, "sugeririam que cortes maiores precisariam ser feitos por outros, como a Arábia Saudita", ponderou a agência. A produção da Arábia Saudita, o maior representante da Opep, recuou em torno de 20 mil bpd em setembro, a 10,58 milhões de bpd, calcula a AIE.

Ontem, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que Moscou poderá se juntar aos esforços da Opep de reduzir a produção, embora não faça parte do cartel. Em setembro, porém, a produção russa de petróleo bruto e gás natural aumentou 400 mil bpd, a 11,1 milhões de bpd, o maior patamar desde o fim da União Soviética, segundo a AIE.

Considerando-se a produção da Opep e de fora do grupo, a oferta global de petróleo cresceu 600 mil bpd em setembro.

E os fundamentos estão melhorando para os produtores. A AIE calcula que a demanda terá expansão de 1,2 milhão de bpd em 2017.

A agência elevou sua projeção de consumo global no próximo ano em 200 mil bpd, a 97,5 milhões de bpd. A AIE também informou que os estoques comerciais de petróleo de países industrializados caíram pela primeira vez desde março, ao apresentar queda de 10 milhões de barris em agosto, a 3,092 bilhões de barris.

De qualquer forma, a AIE alertou que o excesso de oferta poderá continuar até o primeiro semestre de 2017 se a Opep não reduzir sua produção. Mas "se a Opep cumprir sua nova meta, o reequilíbrio do mercado poderá vir mais rápido", ressaltou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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