Economia

Cesta básica em Vitória tem alta de 2,27% em setembro e é a quinta mais cara do país

Com isso, o valor da cesta básica na capital capixaba chegou a R$ 633,03. Alta do preço dos alimentos em Vitória, durante o ano, chegou a 5,46%

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

A cesta básica de Vitória teve um aumento de 2,27% em setembro, em relação ao mês anterior, segundo apontou levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Com isso, o valor da cesta básica na capital capixaba chegou a R$ 633,03, o quinto maior registrado entre as capitais brasileiras onde é feita a pesquisa do Dieese.

A alta do preço dos alimentos em Vitória, durante o ano, chegou a 5,46%. Já a alta acumulada nos últimos 12 meses é de 17,37%.

Entre as variações de preços dos produtos, Vitória aparece na liderança entre as 11 capitais brasileiras que registraram aumento no quilo da carne bovina. A alta desse produto, na capital capixaba, foi de 4,64%.

De acordo com o Dieese, apesar da suspensão da exportação da carne para a China e da menor demanda interna, consequência dos altos preços no varejo, as cotações seguiram elevadas na maior parte das cidades, devido às condições ruins das pastagens, ao clima seco e aos altos custos de produção.

Vitória também esteve entre as capitais com os maiores aumentos nos preços do açúcar (11%) e do arroz (3,04%). Por outro lado, a capital capixaba apresentou recuo no preço do feijão preto (-1,22%).

A pesquisa do Dieese também apontou que o preço da cesta básica em Vitória consumiu 62,21% do salário mínimo do trabalhador. Além disso, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta na capital capixaba, em setembro, ficou em 126 horas e 37 minutos.

Valor da cesta básica aumentou em 11 cidades brasileiras

De acordo com o Dieese, em todo o Brasil, o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 11 cidades e diminuiu em seis. As maiores altas foram registradas em Brasília (3,88%), Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%). Já as capitais com quedas mais intensas foram João Pessoa (-2,91%) e Natal (-2,90%).

A cesta mais cara foi a de São Paulo (R$ 673,45), seguida pelas de Porto Alegre (R$ 672,39), Florianópolis (R$ 662,85) e Rio de Janeiro (R$ 643,06). Entre as capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta tem algumas diferenças em relação às demais cidades, Aracaju (R$ 454,03), João Pessoa (R$ 476,63) e Salvador (R$ 478,86) registraram os menores custos.

Ao comparar setembro de 2020 e setembro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os maiores percentuais foram observados em Brasília (38,56%), Campo Grande (28,01%), Porto Alegre (21,62%) e São Paulo (19,54%).

Nos primeiros nove meses de 2021, 16 capitais acumularam alta, com taxas entre 0,19%, em Aracaju, e 13,05%, em Curitiba. Somente Salvador apresentou ligeira queda de -0,05%.

Com base na cesta mais cara que, em setembro, foi a de São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.657,66, o que corresponde a 5,14 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. 

O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em agosto, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.583,90, ou 5,08 vezes o piso em vigor.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em setembro, ficou em 115 horas e 02 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em agosto, quando foi de 113 horas e 49 minutos.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 56,53% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em agosto, o percentual foi de 55,93%.

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