Economia

CNI: emprego da indústria deve fechar ano com retração

Redação Folha Vitória

Brasília - O ritmo de queda no nível de emprego da indústria pode não se recuperar até o final do ano. O cenário negativo foi apontado pelo gerente-executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, que divulgou na tarde desta segunda-feira, 3, a pesquisa de indicadores do setor.

No mês passado, o recuo no nível de emprego foi de 0,6% na comparação com agosto - a sétima queda consecutiva em 2014. "Para o mercado de trabalho, a queda de 0,6% não é uma queda trivial", disse. "O mercado de trabalho industrial mostra uma retração forte nos últimos meses, com um efeito carregamento de 0,7% (no ano)", afirmou.

O mesmo se vê no quesito faturamento das empresas, que está com efeito de carregamento negativo em 1,9%, mesmo após a alta 0,8% em setembro. Isto porque a pesquisa da CNI registra um recuo do faturamento de 2,1% no acumulado dos nove meses de 2014 em relação ao mesmo intervalo de 2013. "O efeito carregamento do faturamento negativo de 1,9% no ano é um quadro negativo que dificilmente será revertido", disse Castelo Branco.

Diante do cenário de retração da atividade industrial, o gerente-executivo manteve a previsão de crescimento do PIB em 0,3% para 2014. A projeção para o PIB industrial se manteve em uma queda de 2,2% para o ano. "Os últimos dados que fizemos não mostram uma revisão dessa direção", indicou.

Castelo Branco avaliou como necessário o anúncio no "curto prazo" do novo ministro da Fazenda do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. "Há uma expectativa grande de que definições sejam dadas no curto prazo. O nome do ministro é uma indicação grande do conjunto de políticas que vamos ter para frente", avaliou.

Ele considerou como importante para uma retomada mais acelerada da economia uma sinalização clara de como o governo pretende melhorar a política fiscal a partir de 2014. Castelo Branco defendeu uma linha de atuação "que recoloque o País numa trajetória de reequilíbrio das contas públicas e da inflação, sem exigir tanto da política monetária" exercida pelo Banco Central. "É possível que, pelo lado da expectativa, isso acabe fazendo com que o ciclo de crescimento seja retomado antes do que possamos imaginar", afirmou.

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