Economia

OCDE pede elevação coordenada nos gastos com investimento dos países

Redação Folha Vitória

Paris - O governo deve aproveitar os custos muito baixos de empréstimo para elevar seus gastos de investimento e cortar alguns impostos, medidas necessárias para escapar da "armadilha do baixo crescimento", afirmou nesta quinta-feira a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A entidade sediada em Paris diz que a maioria dos governos tem espaço para fortalecer os gastos em meio ponto porcentual da produção econômica ao longo de um período de três a quatro anos sem correr o risco de aumentar seus endividamentos já elevados.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, se comprometeu a fortalecer os gastos com infraestrutura em até US$ 1 trilhão, embora faltem detalhes de suas propostas. Ele também prometeu cortar impostos para empresas e pessoas, medidas recomendadas pela OCDE, que dá assessoria a seus membros, entre eles os EUA.

"A provável mudança rumo a uma política fiscal mais expansionista nos Estados Unidos nos próximos anos dará suporte ao crescimento econômico, embora o equilíbrio entre cortes de impostos e gastos possa favorecer em demasia os cortes de tributos", diz a OCDE.

A entidade calcula que um aumento nos gastos na escala recomendada por ela impulsionaria o crescimento econômico nos países envolvidos em entre 0,4 e 0,6 ponto porcentual, com impulso adicional de 0,2 ponto porcentual se o esforço fosse coordenado internacionalmente.

O impacto no crescimento seria maior em países como o Reino Unido e a Alemanha, onde segundo a OCDE o investimento público é baixo. Mas haveria poucas mudanças no Japão, onde ele já é muito alto. Caso executado de maneira inteligente, esse gasto poderia inclusive levar a relação entre a dívida e o PIB a cair, diante da expansão econômica obtida, afirmou a economista-chefe da OCDE, Catherine Mann.

A recomendação da OCDE é distinta das políticas de austeridade adotadas como resposta imediata por governos com endividamento crescente após a crise financeira de 2008. Naqueles anos, os bancos centrais fizeram boa parte do trabalho para impulsionar o crescimento, mas há cada vez mais a admissão de que a política monetária tem pouco agora a oferecer. Fonte: Dow Jones Newswires.

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