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Micro e pequenas empresas do ES avançam na tecnologia, mas menos da metade está na internet

Um a cada quatro micro e pequenos empreendedores está presente na web. 43% tem página no Facebook e 69% se comunicam com clientes no WhatsApp

Lucas Henrique Pisa

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Empresas capixabas investem na internet para conseguir clientes até de fora do País

"A tecnologia move o mundo". A citação de Steve Jobs, antes de fundar a maior empresa de tecnologia do planeta, hoje pode soar como uma frase clichê. Mas, em 1972, foi motivo de chacota contra Jobs, e o melhor amigo, Steve Wozniak, que juntos fundariam a Apple. Em 2018, é impensável grandes marcas "sobreviverem" sem a tecnologia. Seja no processo de produção, até o relacionamento com o cliente.

Para os "pequenos", esse conceito deve ser usado até com mais força do que nas grandes marcas. Os micro e pequenos empreendedores (MPE) utilizam a tecnologia a todo tempo para maximizar os lucros, conquistar novos clientes e tornar o processo de produção mais eficiente.

Empreendedor, por que você não pode ficar de fora da tecnologia? Ouça:

As vantagens do meio digital para micro e pequenas empresas

No Espírito Santo, porém, apesar da tecnologia estar avançando nos micro e pequenos empreendedores, ainda assim, apenas uma a cada quatro MPEs possuem página na internet. Já 43% tem apenas uma página no Facebook, e 69% se comunicam com clientes pelo WhatsApp.

"Hoje em dia, o site é até pouco utilizado. Muitos micro e pequenos empresários preferem usar a rede social como única forma de presença no ambiente digital. O que se precisa mensurar é: para qual objetivo o empreendedor quer estar em determinada rede. Ao mesmo tempo, vejo que falta capacitação. Os 'micros', principalmente, precisam entender a importância de estar presente no ambiente digital", diz o vice-presidente da Federação das Entidades das Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Femicro-ES), Hugo Tofoli.

O Espírito Santo é o sétimo Estado com maior percentual de empreendedores em que o negócio tem uma página na internet. Perdendo para São Paulo (37%), Santa Catarina (35%), Paraná (29%), Rio Grande do Sul (29%), Distrito Federal (28%), e Rio Grande do Norte (26%).

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Caroline Varejão: "Queremos gerar conteúdo nas redes sociais e não vender nossos produtos"

Formada em marketing, Caroline Varejão, de 35 anos, viu nas redes sociais uma forma de impulsionar a empresa do pai: uma oficina de lanternagem, pintura e mecânica, localizada no bairro Jardim Limoeiro, na Serra.

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Pequena empresa da Serra tem 17 funcionários e atende a cerca de 80 veículos por mês

"A oficina tem 32 anos de mercado. Há sete anos já temos um site e desde 2016 decidimos entrar no Facebook e Instagram. De lá para cá o resultado é impressionante. Muitos clientes vem até nós porque nos viu nas redes sociais", conta Caroline.

Para se destacar num ramo que não é usual nas redes sociais, Caroline diz que não busca vender o serviço da oficina e sim conteúdos que gerem valor à marca. "Eu nunca publico 'compre um pneu com a gente'. Isso afastaria o internauta. A gente posta conteúdo ligado à empresa, mas sem vender nossos serviços. Por exemplo; se um dia estiver chovendo, nós damos dicas para o motorista dirigir com segurança. Por isso, conseguimos nos destacar", completa.

Assista ao depoimento de Caroline:

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Da gastronomia para a tecnologia

O empreendedor Helder Blunk Valentim, de 33 anos, se formou em gastronomia, mas percebeu que seu maior "alimento" é a tecnologia. Há seis anos fundou uma empresa que desenvolve sites, aplicativos e comércio eletrônico, o e-commerce. A empresa, sediada em Vitória, atende a negócios capixabas e já desbravou as fronteiras do País.

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Empresa focada em soluções tecnológicas vê obrigação estar presente no meio digital

"Por nossa empresa atuar no ramo da tecnologia, estar na internet, através das redes sociais é algo essencial para mantermos a sustentabilidade do negócio. Nosso público é mais segmentado, por isso, não temos tantos seguidores, mas os que nos seguem são potenciais clientes", afirma Helder.

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Helder Blunk Valentim: da gastronomia para empreendedor de soluções tecnológicas

Atualmente com oito funcionários, a Tecnovix já atendeu clientes no exterior e a ferramenta principal para chegar até eles é a internet. "A gente costuma dizer que nosso maior vendedor é o Google. Estamos nas primeiras classificações de avaliação. Isso faz com que quem nem conheça a empresa, passe a confiar em nós", completa Valentim.

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Especialista Adriana Rocha: "Quem não utilizar a tecnologia corre sério risco de ficar para trás"

A maioria das MPEs do Estado que tem página na internet atuam no comércio, com 28% do total. Em seguida, está o ramo de serviços, com 24%, e em terceiro, as indústrias e empresas de construção, com 23%.

Para a especialista em micro e pequenas empresas do Sebrae-ES, Adriana Rocha, o número de empresas capixabas na internet ainda é pequeno, porém é um comportamento que começa a mudar.

"O empresário que não utiliza a tecnologia a seu favor corre sérios riscos de ficar para trás. O mercado está muito aberto. Tem surgido novos modelos todos os dias. Não há como negar a tecnologia. O empresário precisa ter a maturidade de entender que ela, ou pode elevar os ganhos da empresa, ou levá-los à falência", afirma a especialista em micro e pequenas empresas do Sebrae-ES, Adriana Rocha.

Por que não dá pra "parar no tempo"? Assista:

WhatsApp líder

No Estado, 44% dos micro e pequenos empreendedores acessam a internet com mais frequência pelo celular. O aplicativo mais utilizado é, de longe, o WhatsApp, com 72% dos acessos; seguido pelo Facebook (56%) e Google Maps (37%).

"O WhatsApp é uma ferramenta que tem uma usabilidade excelente. Ela, de fato, caiu no gosto das pessoas. Muitas vezes, as pessoas preferem falar no WhatsApp do que fazer uma ligação. Para o empreendedor, que não tem nenhuma intimidade com a tecnologia, esse aplicativo é um excelente pontapé inicial", analisa Adriana.

Plugue-se

Não importa qual é o porte da sua empresa, ou, o segmento. Estar no meio digital é essencial para a sobrevivência de qualquer empreendimento. Para estimular o debate, o Sebrae-ES promove, entre os dias 19 a 30 de novembro, o Plugue-se. Uma série de palestras com especialistas no meio empresarial e tecnológico, que irão esclarecer dúvidas e apontar soluções para as micro e pequenas empresas capixabas.

O evento é aberto ao público. Acesse o site e verifique em quais palestras ainda há vagas. Também existe a opção de acompanha-las online.

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