Economia

CNI prevê queda de 2,6% do PIB em 2016, com recuo de 4,5% da indústria

A projeção da CNI é de uma queda de 3,3% do PIB, com uma retração de 6,4% do PIB industrial. O consumo das famílias deve encolher 3,9%

Redação Folha Vitória
As estimativas são de que a participação do setor no PIB do País cairá para menos de 20% Foto: R7

Brasília - A recessão da economia brasileira vai continuar no próximo ano e a indústria brasileira terá uma retração de 4,5% em 2016. As estimativas estão no Informe Conjuntural - Economia Brasileira, divulgado nesta quarta-feira, 16, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo as projeções da CNI, o PIB do ano que vem terá uma queda de 2,6%, puxado especialmente pela queda na atividade industrial.

"Pouco se avançou para a construção de um ajuste fiscal crível e permanente, aliado a mudanças estruturais capazes de impulsionar a recuperação da atividade econômica. Por isso, o cenário para 2016 não é diferente do observado em 2015", diz o estudo da CNI.

A entidade avalia ainda que o clima de instabilidade política no País adiará as medidas necessárias para recuperação da confiança dos agentes econômicos. Esse cenário conturbado, de acordo com a CNI, deverá ainda marcar os primeiros meses de 2016, "indicando que a travessia em direção à recuperação econômica deverá ser mais difícil e demorada".

A CNI estima que o País fechará este ano com uma inflação de 10,5%. "Há dois fatos preocupantes sobre a economia brasileira em 2015. O primeiro é que os principais componentes do PIB pelo lado da demanda (consumo das famílias) e pelo lado da oferta (serviços) irão diminuir em 2015, o que não acontecia há mais de uma década. O segundo é o fato dos investimentos caírem pelo segundo ano consecutivo em magnitude superior a 10%", destaca o documento.

Para este ano, a projeção da CNI é de uma queda de 3,3% do PIB, com uma retração de 6,4% do PIB industrial. O consumo das famílias deve encolher 3,9%, segundo a Sondagem, os investimentos terão queda de 15,5% e a taxa de desemprego deve chegar a 8,3% da População Economicamente Ativa (PEA). "Os números efetivos do ano podem ser ainda mais negativos, com o impacto dos acontecimentos recentes", pondera a CNI.

O estudo aponta ainda que este ano foi especialmente negativo para a indústria. As estimativas são de que a participação do setor no PIB do País cairá para menos de 20%, a menor desde os anos 50.

Cenários

A CNI traçou dois cenários de médio prazo para o Brasil. Num primeiro, se o País prosseguir com as mudanças em andamento, aprofundar o ajuste das contas públicas e avançar na agenda de reformas estruturais, a entidade prevê que a economia gradualmente recomponha a confiança e eleve sua competitividade. Assim, seria possível vislumbrar um novo ciclo de crescimento a partir de 2017.

No segundo cenário, no qual o País continuaria com dificuldade para definir e mudar o atual regime fiscal e tributário e de avançar na agenda de competitividade, as incertezas e falta de confiança continuariam e a economia enfrentaria um longo período de estagnação.

A avaliação da CNI é de que a economia só voltará a crescer se o País adotar uma agenda baseada em três eixos: medidas de estabilidade macroeconômica, ajuste fiscal de longo prazo e melhoria do ambiente de negócios e da segurança jurídica.

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