Economia

Leilão bem-sucedido encoraja abertura do setor de petróleo no México

O Ministério de Energia ainda prepara um segundo leilão de águas profundas, que deve também incluir blocos em águas rasas, mas Coldwell disse que pelo menos 20 blocos devem ser ofertados

Redação Folha Vitória
O país pretende realizar um segundo leilão de petróleo em águas profundas, por volta de outubro do próximo ano Foto: Divulgação

Cidade do México - Impulsionado pelos resultados do México em seu primeiro leilão de blocos de petróleo em águas profundas, visto em geral como um grande sucesso, o governo do presidente Enrique Peña Nieto planeja aumentar a aposta.

O país pretende realizar um segundo leilão de petróleo em águas profundas, por volta de outubro do próximo ano, enquanto a estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) deve buscar até 25 parcerias com companhias privadas ao longo dos próximos dois anos, disse em entrevista o ministro da Energia, Pedro Joaquín Coldwell.

"Nós seremos mais ambiciosos, daremos um passo adiante porque agora temos mais experiência", afirmou Coldwell. "O que muito provavelmente veremos são leilões com muito mais blocos de petróleo que o que temos visto até agora."

O México fechou na segunda-feira concessões para oito de dez blocos de petróleo em águas profundas no Golfo do México, superando a expectativa e atraindo muitas grandes companhias, como a Exxon Mobil e a China National Offshore Oil Corporation, mesmo em um ambiente difícil de baixos preços e grandes cortes em investimentos no setor.

Em outro leilão, a australiana BHP Billiton obteve o direito de se unir com a Pemex para desenvolver o campo Trion, perto da fronteira marítima entre México e EUA - é a primeira vez que a estatal mexicana firma parcerias com a iniciativa privada para compartilhar riscos e lucros.

Os resultados "nos encorajam a ser muito mais ambiciosos nos próximos leilões", disse Coldwell. "O cardápio [de blocos] se ampliará consideravelmente."

O Ministério de Energia ainda prepara um segundo leilão de águas profundas, que deve também incluir blocos em águas rasas, mas Coldwell disse que pelo menos 20 blocos devem ser ofertados, provavelmente em setembro ou outubro.

Os resultados positivos do mais recente leilão devem fornecer um impulso para uma economia que sofre com os baixos preços da commodity, cortes no orçamento governamental e a incerteza sobre o que governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, significará para o setor manufatureiro exportador do México.

A primeira produção de petróleo em águas profundas - que representa um risco maior, mas oferece retornos mais altos que os depósitos tradicionais - ainda pode estar anos distante.

O leilão poderia, ainda assim, ajudar a melhorar a fraca aprovação do presidente Peña Nieto, cujas reformas econômicas nos dois primeiros anos no cargo não se traduziram em crescimento econômico robusto. Os mexicanos mostram-se desanimados com os escândalos de corrupção no governo e a ressurgência do crime no ano passado.

Coldwell disse que o leilão desta semana é um impulso decisivo para a reforma do setor de energia de 2013, que realizou emendas na Constituição para abrir a indústria para investidores privados após 75 anos de monopólio estatal.

O leilão desta segunda-feira foi o quarto, sendo o primeiro a envolver as reservas em águas profundas. O ministro disse que o governo planeja mais seis leilões antes do fim do governo Peña Nieto, no fim de 2018. A lei mexicana não permite a reeleição. O governo espera conseguir quase 100 contratos no setor de petróleo com companhias privadas até o fim do mandato.

As parcerias melhoram a perspectiva para a Pemex, que enfrenta grandes dificuldades financeiras e a falta de dinheiro ou tecnologia para produzir petróleo em águas profundas, um processo mais difícil e caro. Fonte: Dow Jones Newswires.

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