Economia

Opep diz que precisa de ajuda para eliminar excesso de oferta de petróleo

Redação Folha Vitória

Viena - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) alertou hoje que precisará que nações de fora do cartel cumpram a promessa de seguir seus esforços de reduzir a produção da commodity para eliminar o excesso de oferta, embora os mercados possam se reequilibrar até a segunda metade do próximo ano se ambos os lados honrarem seus compromissos.

No último sábado, a Opep conseguiu persuadir países não pertencentes ao cartel a reduzir a produção em 558 mil barris por dia (bpd). Antes disso, no fim de novembro, a Opep já havia se comprometido a cortar sua produção conjunta diária em 1,2 milhão de barris.

Há dúvidas, porém, se a Rússia e outros países de fora da Opep irão de fato implementar os cortes prometidos.

Alguns observadores também acreditam que a tendência da demanda pode estar conspirando contra o cartel. Após anos de sólido crescimento alimentado pelos preços baixos e pelo maior apetite da Ásia, o avanço na demanda por petróleo no próximo ano poderá ser o mais fraco desde 2014, de acordo com alguns analistas.

No primeiro relatório mensal desde o acordo de novembro, a Opep ressaltou que apenas seu ajuste "não será suficiente para eliminar totalmente o excesso" de 300 milhões de bpd em estoque, equivalentes a 800 mil bpd.

"Isso claramente enfatiza a importância da contribuição de produtores de fora da Opep para o ajuste na produção, de forma a sustentar o reequilíbrio do mercado", avaliou a Opep no documento.

Se Opep e outros países forem adiante com os planos de cortar a produção, a iniciativa irá "acelerar a redução dos estoques globais e antecipar o reequilíbrio do mercado de petróleo para o segundo semestre de 2017", previu o cartel.

Os cortes trarão a produção para o nível que, segundo a Opep, o mercado precisa de seus integrantes no segundo trimestre, que é de um pouco menos de 32 milhões de bpd.

A Opep também calcula que se o teto de 32,5 milhões de bpd, inicialmente previsto para durar seis meses, for estendido para o ano inteiro, essa situação "levará a uma redução no excesso de oferta e a uma aceleração da diminuição dos estoques".

Os números do relatório mostram que tanto a Opep quanto outros países têm um longo caminho a percorrer para implementar os cortes. O cartel, formado por 13 países, elevou sua produção em 150 mil bpd em novembro, segundo dados independentes utilizados pelo grupo.

Apenas a Arábia Saudita, maior integrante da Opep, relatou que sua produção avançou 95 mil bpd no mês passado, a 10,72 milhões de bpd, embora estimativas externas apontem que a produção diminuiu.

A expectativa é que a oferta fora da Opep cresça 300 mil bpd em 2017, após o cartel elevar sua projeção em 70 mil bpd. Boa parte desse resultado deverá ser gerado por aumentos na produção da Rússia e Casaquistão, dois países que se comprometeram a seguir os cortes da Opep.

A Opep também fez um leve ajuste para cima na projeção de crescimento da demanda global por petróleo em 2016 e 2017, em 10 mil bpd. Fonte: Dow Jones Newswires.

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