Economia

Novas alternativas para gerar energia e ajudar o meio ambiente

As energias renováveis como a solar e eólica já são conhecidas por agredir menos o planeta. Mas também há a lignina que substitui materiais poluentes

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Temperaturas cada vez mais altas: o planeta sofre com o aumento do efeito estufa

Já teve a impressão de que o clima do planeta parece mais intenso. As variações são extremas. Verões quentes demais, invernos muito rigorosos, tempestades e incêndios devastadores. Os chamados "extremos do clima" são cada vez mais frequentes.

Quer exemplos? Os incêndios intensos que consumiram a Amazônia esse ano; a cidade de Veneza, na Itália, teve a maior inundação dos últimos 50 anos; a Tailândia teve a maior tempestade tropical das últimas três décadas; a Austrália registrou temperatura de 46°C, um recorde de 80 anos e a Europa teve ondas sufocantes de calor, na França, a temperatura passou dos 45°C.

Culpa de quem?

Tudo isso é consequência do aumento do efeito estufa ao longo dos anos. A Organização Meteorológica Mundial acaba de fazer um alerta: em 2018, a concentração de gases do efeito estufa bateu recordes históricos. De acordo com o relatório "Estado do clima",  o aquecimento do planeta aumentou 43% se comparado ao ano de 1990. Os anos entre 2015 e 2019 foram os mais quentes dos últimos tempos.

Culpa do aumento na emissão de gases como dióxido de carbono, por exemplo. O gás é liberado com a queima de combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão. Ou seja, quanto mais se libera gasolina e óleo diesel na atmosfera, pior é para o efeito estufa.

Se nada for feito, o futuro das próximas gerações promete não ser nada fácil, com temperaturas quase insuportáveis, eventos climáticos extremos, aumento do nível do mar e muito mais. Infelizmente o Brasil também contribui com essa trajetória, é o sexto maior emissor de poluentes do mundo.

Óleo feito com resíduos de eucalipto

Uma das soluções para amenizar o estrago que temos causado por tantos anos, é o uso dos biocombustíveis. Aqueles feitos com matéria-prima renovável, os mais comuns são etanol e biodiesel. Eles emitem até 80% menos gases do que o combustível comum, feitos com petróleo.

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Bio-óleo: biocombustível que polui menos o meio ambiente

Os biocombustíveis são derivados de biomassa (madeira, resíduos de madeira e resíduos agrícolas). Quanto mais a gente substitui o combustível fóssil por biocombustível, menor é a poluição.

E tem um biocombustível que nem todo mundo conhece: o bio-óleo. O produto é feito com cascas e resíduos de madeira, como o eucalipto. Pode ser usado como combustível na geração de energia elétrica e como matéria prima nas refinarias, substituindo parte petróleo na produção de gasolina e diesel.

Ele libera 70% menos de gases poluentes se comparado aos combustíveis de origem fóssil. Para obter o óleo é preciso submeter a biomassa a um processo térmico chamado de pirólise. Ao final, um liquido negro é produzido que tem a aparência e se comporta de forma semelhante a um óleo combustível. 

A Suzano, que tem base em Aracruz, no Espírito Santo, reforça a importância do bio-óleo:  "Esse material é extremamente versátil porque pode substituir o petróleo como no óleo combustível e também pode substituir o petróleo bruto nas refinarias e ser convertido em gasolina, diesel e vai poder abastecer veículos. Além disso, essa madeira líquida pode ser usada também na substituição de resinas, adesivos, plásticos e ainda na alimentação humana e animal", explica o gerente de biorrefinaria da Suzano, Matheus Antunes Guimarães.

E uma coisa curiosa: sabia que a essência de molhos "barbecue" e salgadinhos sabor defumado são extraídos do bio-óleo?

Eucalipto gera inovação

Uma outra forma de reduzir os danos ao planeta é a substituição de produtos de origem do petróleo por produtos mais sustentáveis e de origem renovável. O Eucalipto obtido por meio de florestas plantadas, sem ser necessário usar floresta nativas, é fundamental nesse processo.

É aí que entra um composto que nem todo mundo já ouviu falar: a lignina. Ela é uma molécula que compõe 25% da árvore de eucalipto. Acaba sendo utilizada como uma alternativa mais "amigável" ao meio ambiente, porque vem de origem natural, em diversas aplicações industriais. 

Depois da celulose, a lignina é o segundo polímero de fonte renovável mais abundante na natureza e tem diversas finalidades na indústria. 

A Lignina, após ser extraída no processo produtivo de celulose, passa um por beneficiamento químico gerando diversos produtos. Esse processo, que acontece na fábrica da Suzano Papel e Celulose, na unidade de Limeira, de forma pioneira.

Outras utilidades da Lignina

"A lignina pode ser usada em vários setores para substituir matérias-primas derivadas do petróleo. E a Suzano tem desenvolvido uma família de produtos base lignina, que chamamos de Ecolig", explica a Gerente Executiva de Novos Negócios da Ecolig na Suzano, Vanessa Piratelo Occhipinti.

Foto: Divulgação/Suzano
Lignina produzida na Suzano gera energia

Quer exemplos claros? A lignina pode ser usada em compensados de madeira, lixas e filtros de ar e combustível para dar mais estabilidade.

Em produtos feitos com borracha, como calçados e pneus, a lignina promove maior durabilidade.

E ainda tem o benefício de dar mais fluidez e rigidez aos compostos usados para produzir peças plásticas.

No vídeo a executiva da Suzano, Vanessa Piratelo Occhipinti explica as utilidades da lignina:

Estação abastecida por energia solar

As fontes de energia renováveis mais conhecidas são a eólica e a solar. E o uso também vem aumentando ao longo dos anos

" A energia eólica teve vários subsídios para que crescesse, mas por enquanto tem uma vocação para grandes áreas. Já a energia solar, fotovoltaica é a que se adapta mais ao nosso meio urbano, em áreas já construídas, por isso é tão importante investir nela", argumenta a professora de Engenharia Elétrica da Ufes, Jussara Farias Fardim.

A energia solar, que vem do calor e da luz do sol, é a fonte de energia renovável que mais cresceu no mundo todo nos últimos 5 anos. 

E aqui no Estado, uma iniciativa de alunos e professores da Universidade Federal do Espírito Santo chama atenção. O Solares é um projeto de extensão do Núcleo Tecnológico da Universidade. 

Eles já criaram a primeira embarcação do Estado movida a energia solar, que participa de competições e foi campeã nacional em 2018.

Além disso, também construíram o primeiro ponto público do Estado totalmente abastecido por energia solar. O quiosque, que fica próximo ao Cinemetrópolis, na Ufes, é usado para que as pessoas carreguem aparelhos eletrônicos, como celulares e notebooks. 

Foto: Divulgação/Ufes
Estação pública para carregar eletrônicos usando energia solar na Ufes

" É uma iniciativa para provar a eficácia e a economia da energia solar. Nosso grupo também visita escolas e faz atividades lúdicas com os alunos. A ideia é difundir cada vez mais as vantagens para o planeta que o uso da energia solar possui", enfatiza o coordenador o projeto Solares, Juan Romero.

Biomassa: fonte alternativa de energia mais antiga

A biomassa é a fonte mais antiga de geração de energia alternativa. Os dejetos de plantas e animais liberam um gás que se transforma em energia. A partir desse conceito é que se chegou ao biocombustível, bio-óleo, que já citamos na reportagem. 

A professora de Engenharia Elétrica da Ufes, Jussara Farias Fardim, fala sobre o assunto no áudio abaixo. Confira:













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