Economia

Recuperação da indústria deve alavancar o PIB do Espírito Santo em 2020, diz Casagrande

Queda de 13% na produção industrial capixaba de janeiro a setembro deste ano foi decisiva para a estagnação da economia do Estado no período

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

O governador Renato Casagrande aposta na recuperação da indústria do Espírito Santo para alavancar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem. Na quarta-feira (18), o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulgou os dados do PIB do terceiro trimestre deste ano no Estado, que apontaram estagnação na economia capixaba desde o início de 2019.

O levantamento do instituto apontou que o comércio varejista, o comércio exterior e a agricultura tiveram bons resultados no período. No entanto, a indústria do Espírito Santo teve queda de 13% de janeiro a setembro, puxando o resultado do PIB para baixo.

Casagrande creditou esse mau desempenho da indústria capixaba a fatores como o preço de algumas matérias-primas no mercado internacional e acidentes ambientais envolvendo grandes empresas.

"Eu espero que a retomada de alguns preços internacionais, como da celulose, por exemplo, e do aço, e a retomada de parte da Samarco, no ano que vem, possa ajudar a indústria a crescer um pouco. A indústria caiu muito, pelos problemas que a gente teve nesses últimos anos com a Vale, com o fechamento da Samarco, com o preço da celulose. Então minha expectativa é que, no ano que vem, seja melhor, e que essas grandes indústrias possam retomar as suas atividades com mais intensidade. Se a indústria crescer um pouco, acredito que vamos superar a média do PIB nacional", destacou o governador.

Equilíbrio fiscal e investimentos

Durante entrevista ao Jornal da TV Vitória, na noite desta quinta-feira (19), Casagrande também falou sobre as finanças do Estado. Segundo ele, neste primeiro ano de seu segundo mandato à frente do Governo Estadual, foi possível manter um equilíbrio nas contas públicas e potencializar os investimentos.

"Estamos mantendo uma gestão fiscal muito responsável. Desde 2012, quando eu governei, o Estado teve nota A na gestão fiscal e continuamos com nota A. Começamos esse trabalho e vamos manter esse trabalho", afirmou.

"Normalmente os governos começam em uma velocidade e vão aumentando a velocidade, porque a máquina vai sendo azeitada, vai ajustando projetos. No primeiro ano do nosso governo, nós vamos fazer mais investimentos do que o último ano do governo anterior. Com esses investimentos, estamos recuperando a infraestrutura do Espírito Santo", completou o governador.

Reforma da Previdência estadual

Questionado sobre as críticas feitas pelas associações que representam os servidores públicos estaduais a respeito de uma possível falta de diálogo a respeito da reforma da Previdência, Casagrande afirmou que o assunto já foi amplamente debatido em âmbito nacional e que ele se limitou a copiar o modelo aprovado no Congresso.

"Esse assunto já foi debatido efetivamente durante dois, três anos, no Congresso Nacional. Começou com o presidente Temer, depois com o presidente Bolsonaro, mas o Congresso já vinha debatendo esse tema já havia muito tempo. Então, nós meio que repetimos um pouco, ou quase tudo, daquilo que foi aprovado para os servidores federais. Eu sempre defendi que as regras dos servidores em todos os níveis - federal, nos estados e nos municípios - pudessem ser as mesmas regras", destacou.

O governador ressaltou também a necessidade de mudanças nas normas da aposentadoria para os servidores estaduais, no sentido de não comprometer as finanças do Estado.

"O governo fez aquilo que precisava fazer. Nós temos um déficit anual de R$ 2,5 bilhões. Esse déficit, nós temos que aportar. Nós, Poder Executivo, e os demais poderes. O governo tinha que fazer a reforma da Previdência. Acho que é compreensível que a gente possa ter crítica quando se trata de matérias polêmicas e antipáticas. De fato, nós estamos vivendo muito mais, e todo mundo, se puder se aposentar mais cedo, quer se aposentar mais cedo, mas isso não cabe nos cofres públicos. Então a gente tem que ir ajustando para que a gente possa ter equilíbrio."


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