Economia

Nova taxa de juros do BNDES deve mudar dinâmica do banco

Nova taxa de juros do BNDES deve mudar dinâmica do banco Nova taxa de juros do BNDES deve mudar dinâmica do banco Nova taxa de juros do BNDES deve mudar dinâmica do banco Nova taxa de juros do BNDES deve mudar dinâmica do banco

Brasília – O ano de 2018 marcará o início de uma nova fase para o BNDES e, em paralelo, para o mercado de crédito no Brasil. Isso porque a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) deixará de ser, a partir de janeiro, a referência para os contratos com o banco de fomento, dando lugar à Taxa de Longo Prazo (TLP).

A mudança é substancial. No início, a TLP e a TJLP terão a mesma taxa – estabelecida em 6,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (CMN) na última quinta-feira. Porém, enquanto a TJLP era definida de forma discricionária pelo CMN – e, por isso, foi objeto de populismo econômico em vários momentos da história recente -, a TLP possui uma metodologia de cálculo que vai aproximá-la nos próximos anos de taxas de juros praticadas no mercado. Para o ano de 2018, há expectativa de que a taxa possa caminhar para algo acima dos 6,75% iniciais.

Na prática, a diferença entre os juros cobrados pelo BNDES e pelos outros bancos vai diminuir. A intenção do governo é de que isso, ao longo do tempo, sirva de incentivo para que o crédito de longo prazo, antes totalmente dependente do BNDES, cresça entre os bancos do setor privado.

Além disso, o fato de a TLP estar próxima de juros de mercado elimina a necessidade de o Tesouro Nacional arcar com subsídios bilionários como ocorreu no passado. Como a TJLP era mantida em níveis bem mais baixos que os da Selic (a taxa básica de juros), o Tesouro tinha de pagar a diferença.

Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmaram, no entanto, que o fato de a TLP substituir a TJLP não será um problema para o crédito em 2018. “Não tem muita mudança neste início de TLP. Com este nível de Selic (hoje em 7,00% ao ano), o impacto dessa reforma é bastante limitado”, pontuou o economista Mauro Schneider, da MCM Consultores Associados. “O impacto será maior na medida em que a Selic e a própria curva de juros subirem. Mas isso será gradual.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.