O 45º Censo Imobiliário do Sinduscon-ES diz muito sobre o mercado e aponta para o que já era suspeito no Estado. O segmento de luxo é o motor que move a construção civil capixaba. De acordo com os números, são 10.011 unidades de médio e alto padrão em produção na Grande Vitória. Esse volume representa 59,78% do total de imóveis em obras no primeiro semestre de 2025.
São empreendimentos que focam na excelência da construção e dos acabamentos, com projetos bem planejados e áreas de lazer completas. Muitas vezes elevam a exclusividade a um nível superior, com projetos assinados por arquitetos de renome internacional, uso de materiais raros e um apelo sensorial de requinte e personalização.
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A presença desse tipo de empreendimento cresce em áreas nobres da Grande Vitória, especialmente no litoral. Praia do Canto, Jardim da Penha e Jardim Camburi concentram projetos voltados para consumidores de alto poder aquisitivo. Em Vila Velha, as orlas de Itaparica e Praia da Costa se firmam como reduto de lançamentos mais sofisticados.
A expansão imobiliária reflete um público que busca exclusividade, conforto e diferenciais arquitetônicos. Assim, o segmento de luxo avança como símbolo de status e investimento.
Construtoras se especializam no luxo
Os dados do Censo do Sinduscon-ES mostram que a Galwan lidera em área privativa em produção, superando 133 mil metros quadrados. Construtoras como Nazca e Grand também aparecem com forte presença no mercado premium. Esses números indicam uma corrida pelo destaque em projetos diferenciados e de maior valor agregado.
Além disso, revelam que o setor mantém competitividade elevada, mesmo em um cenário macroeconômico de cautela. Ou seja, os juros altos não afetam os clientes desse segmento. Portanto, o alto padrão se consolida como motor de inovação no mercado capixaba.
Os lançamentos mais recentes revelam uma aposta em residências com grandes áreas privativas e tecnologia embarcada. Empreendimentos na Praia do Canto e em Itaparica oferecem desde varandas gourmet até soluções de automação residencial.
Construtoras apostam em áreas de lazer completas, com espaços de convivência que ampliam a qualidade de vida. A chave é a experiência personalizada. Esses elementos reforçam o posicionamento estratégico do setor diante de consumidores cada vez mais seletivos. Desse modo, o mercado de luxo reforça sua atratividade para investidores nacionais e estrangeiros.
Fluxo contínuo de imóveis
Outro ponto relevante é a diversificação dos estágios de obra no segmento premium. Há projetos em planta, fundação, estrutura e acabamento em simultâneo na Grande Vitória. Essa diversidade reflete planejamento escalonado das incorporadoras, que buscam mitigar riscos e atender diferentes perfis de compradores. Enquanto algumas obras avançam rapidamente para entrega, outras ainda se consolidam em fase inicial de vendas. Assim, o mercado garante oferta contínua e diversificada de imóveis de luxo na região.
Por fim, os preços médios por metro quadrado no alto padrão (Imóveis de 4 quartos ou mais) mantêm patamares superiores em Vitória (R$ 22.245) e Vila Velha (R$ 18.263). Já os imóveis de um quarto em Vila Velha superam Vitória, alcançando R$ 19.068 por metro quadrado. A valorização acompanha a localização privilegiada e o perfil exclusivo dos empreendimentos. O estoque reduzido em alguns projetos reforça a percepção de escassez e de prestígio para compradores. Essa dinâmica projeta tendência de valorização contínua no segmento de luxo, apesar das incertezas econômicas.
Editor de Economia
Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.
