Economia

'O que Pezão fez foi uma loucura, mas necessária'

‘O que Pezão fez foi uma loucura, mas necessária’ ‘O que Pezão fez foi uma loucura, mas necessária’ ‘O que Pezão fez foi uma loucura, mas necessária’ ‘O que Pezão fez foi uma loucura, mas necessária’

Rio de Janeiro – Para o economista Raul Velloso, ex-secretário de assuntos econômicos do Ministério do Planejamento, o que o governador do Rio Luiz Fernando Pezão fez, ao propor um duro pacote de ajuste fiscal, foi uma loucura política, mas necessária. “O governante só toma medidas impopulares quando está à beira do precipício. Em geral, os governadores são muito lentos.”

O pacote de medidas anticrise enviado pelo governador à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) inclui a elevação da contribuição dos servidores ativos, além de inativos e pensionistas que ganham acima de R$ 5.189,92, de 11% para 14%; inativos e pensionistas que recebem abaixo de R$ 5.189,92, e que hoje não recolhem para a previdência estadual, passariam a contribuir com 30%.

O item gerou revolta entre os servidores, que invadiram a Alerj na terça-feira, e acabou devolvido ao governador pelo presidente da casa, deputado Jorge Picciani (PMDB). Outros 21 projetos de lei do pacote começarão a ser discutidos na volta do feriado de 15 de novembro, para serem votados em dezembro.

Os custos com a previdência são 70% do déficit do Estado, de R$ 12 bilhões. “Sem mexer na previdência, não há solução. Com a reforma da previdência, todo mundo acabará sendo afetado. Ano que vem repetirá 2016. A hora decisiva é agora”, diz Velloso. Para piorar, o Rioprevidência ainda tem de pagar dívidas em dólar, por ter captado US$ 3,1 bilhões nos EUA, em 2015. Para o economista Mauro Osório, professor da UFRJ, o problema do Rio não é excesso de gasto, é falta de receita. “O governo federal vai ter de pagar a conta, e vai pagar. Caso contrário, vai ser uma tragédia.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.