Economia

Odebrecht quer preservar fatia na Braskem de execução

Odebrecht quer preservar fatia na Braskem de execução Odebrecht quer preservar fatia na Braskem de execução Odebrecht quer preservar fatia na Braskem de execução Odebrecht quer preservar fatia na Braskem de execução

A Odebrecht fundamentou a tese na petição de recuperação judicial de que o melhor caminho para trabalhadores, fornecedores e credores é manter a fatia de 50% do grupo na Braskem dentro da recuperação judicial. Esse é um dos ativos mais valiosos que o grupo tem em mãos neste momento para levantar recursos em eventual venda. No entanto, a participação está dada em garantia aos maiores bancos do País e, pela lei, não está sujeita a entrar no processo de recuperação judicial.

O advogado Eduardo Munhoz, que assina o pedido de recuperação entregue à Justiça, menciona que a Braskem é essencial fonte de recursos ao grupo, citando os dividendos e a contribuição de 79,4% na receita bruta do grupo.

Mas para evitar que as ações da Braskem fiquem fora da proteção de credores, além de convencer o juiz, diz fonte, a ideia é mostrar também aos bancos, já donos das ações da petroquímica, que será mais fácil vender essa participação no ambiente da recuperação judicial. Isso porque a participação ficaria blindada de credores do grupo, facilitando a venda e ajudando a maximizar valor da participação. Ainda que a Braskem seja considerada um ativo bastante atraente, a situação frágil e complicada da Odebrecht pode ser usada para barganha.

A insegurança quanto à transferência de responsabilidades financeiras do grupo para o novo dono das ações foi, inclusive, um dos fatores que teriam desmotivado a LyondellBasell a desistir do negócio, após o pedido de recuperação judicial da Atvos. Isso porque as ações da Braskem só deixariam de ter o nome da Odebrecht carimbado com a quitação das dívidas da holding – uma nebulosidade agravada pelo pedido de recuperação da Atvos, o braço sucroenergético, na semana passada.

O advogado cita ainda que, além das ações da Braskem, as participações nas ações da Ocyan e da Atvos são essenciais para a reestruturação pretendida das requerentes do pedido de recuperação judicial apresentado. Assim é pedido ao juiz proteção durante o prazo em que o grupo irá desenhar seu plano a essas participações. O documento diz que a destinação dos recursos dessas participações será o pilar do plano de recuperação, sinalizando intenção de venda delas.

Para chamar a atenção do juiz quanto ao risco de não proteger tais participações, o documento diz que os principais ativos do grupo podem acabar nas mãos de sete bancos em questão de “horas”, em detrimento de credores, funcionários, clientes e parceiros comerciais. Cita ainda que um processo bem sucedido pode preservar direta e indiretamente 45 mil empregos.