Coluna Edu Kopernick

Operadoras mundiais de grandes navios querem operar com rochas naturais do ES

Empresas gigantes mundiais donas de navios de carga mandaram representantes para analisar possibilidades do mercado de rochas ornamentais do Estado. Se elas vierem operar no ES, pode ser o fim de um gargalo histórico do setor

Grandes armadores acreditam que o complexo portuário do Estado apresenta possibilidades para a exportação de rochas naturais do Estado. Crédito: Divulgação
Grandes armadores acreditam que o complexo portuário do Estado apresenta possibilidades para a exportação de rochas naturais do Estado. Crédito: Divulgação

No meio da turbulência do tarifaço de Trump, parece que o setor de rochas naturais do Estado pode ter um alento e um ponto de virada no curto prazo. Dois grandes armadores mandaram representantes ao Estado há alguns meses para avaliar o ambiente logístico e voltado à exportação de rochas. São dois gigantes mundiais que operam navios de grande porte. Os nomes não foram divulgados por acordos de confidencialidade. Porém informações extraoficiais apontam para Maersk e a MSC. Esta última já opera no ES.

O cenário aponta para uma operação em conjunto com o porto da Imetame, que deve começar a operar no primeiro semestre do ano que vem. A administração do porto não confirma, mas deixa claro que tem interesse no mercado de rochas.

O Porto está sendo construído para atender o comércio exterior, ou seja, uma opção para todas as cargas de importação e exportação e, com certeza, o mercado de granito está totalmente inserido nesse contexto. Nossa estrutura é uma nova alternativa portuária, com uma infraestrutura sem restrição para os grandes navios. O próximo passo é a atração das linhas de longo curso para o nosso porto, que é um trabalho conjunto com os importadores e exportadores. Os navios dependem da carga e vice-versa.

Posicionamento oficial da Imetame

Sem uma confirmação oficial, a certeza é de que a Imetame prepara, para os próximos dias, o anúncio de parcerias que vão possibilitar a operação do novo porto.

Gargalo histórico do setor de rochas

A operação poderia acabar de vez com um gargalo histórico do setor de rochas naturais. A dificuldade de exportação.

Hoje, o produto semi acabado capixaba, ou seja, as placas de mármore, granito e quartzito, é embarcado em contêineres que cabem em navios menores. Afinal são eles que conseguem entrar na Baía de Vitória. O único terminal que aceita contêineres, por enquanto, é o TVV.

Então, as rochas capixabas são embarcadas em navios pequenos, vão por cabotagem até o Rio de Janeiro ou São Paulo, onde podem ser embarcadas em navios maiores, de longo curso. Isso encarece o processo e torna a exportação mais lenta. O produto capixaba demora mais para chegar ao destino. E o cenário piora. Porque faltam contêineres no mercado.

Operar em um porto para navios maiores, como será o da Imetame, pode baratear o frete marítimo. Nesse sentido, pode tornar mais ágil o transporte. As rochas capixabas vão demorar menos a chegar ao destino, seja ele a Ásia, os Emirados Árabes ou os Estados Unidos.

Se as coisas desandarem com as tarifas infladas dos EUA, a economia no transporte pode ser o suficiente para manter viável a exportação de rochas naturais do ES. Pelo menos até se estruturar um plano B. Afinal, conseguir clientes no mercado internacional exige tempo, negociação e infraestrutura que possa atender a demanda.

Edu Kopernick

Editor de Economia

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.