Economia

País precisa de ampla aliança para sair da crise, diz Maria da Conceição Tavares

País precisa de ampla aliança para sair da crise, diz Maria da Conceição Tavares País precisa de ampla aliança para sair da crise, diz Maria da Conceição Tavares País precisa de ampla aliança para sair da crise, diz Maria da Conceição Tavares País precisa de ampla aliança para sair da crise, diz Maria da Conceição Tavares

Rio – Para o Brasil sair da recessão, é preciso recuperar a esperança, com uma aliança ampla com diversos setores da sociedade, para além de uma “aliança de esquerda”. E o único caminho é uma política de substituição de importações. A análise foi feita pela economista Maria da Conceição Tavares, professora emérita da UFRJ, em raro discurso após receber, aos 85 anos, uma homenagem em seminário no Rio.

“Hoje é fundamental recuperar a esperança porque a conjuntura está muito adversa”, disse Maria da Conceição, que foi ovacionada de pé pela plateia.

A economista não crê na possibilidade de um projeto de desenvolvimento econômico com inserção internacional do País. Mesmo com o câmbio mais favorável, o fim do superciclo de commodities e a desaceleração do crescimento da China, que por sua vez mantém seu esforço exportador, são obstáculos difíceis de transpor.

Por isso, a saída para a economia nacional é “voltar ao começo”. “Temos de fazer, por um lado, por razões de conjuntura internacional e interna, um esforço de substituição de importações outra vez e fazer um Estado social de bem estar, porque esse curso dos últimos dez anos não pode ser interrompido”, disse Maria da Conceição, ressaltando que é possível manter políticas de distribuição de renda com a substituição das importações e com investimentos em infraestrutura.

Para essa saída dar certo, a professora defendeu uma reforma do Estado e uma ampla aliança entre partidos progressistas, intelectuais, representantes da sociedade civil e empresariado em busca de esperança, assim como foi no movimento das Diretas Já. O lema do PMDB na época da redemocratização era “mudança e esperança”, lembrou a economista.

“Precisamos de um trabalho político e paciente e de inteligência estratégica. Espero que isso ocorra antes de eu morrer. Não gostaria de morrer com a situação tão ruim como está, porque aí já é demais”, afirmou Maria da Conceição.

Após seu discurso, a professora disse acreditar na esperança. “Maior declínio do que tivemos na ditadura é impossível. Não existe isso de não sair (da crise)”, disse a jornalistas.