Economia

Para FMI, BCs devem ser cautelosos ao cortar juros, enquanto fiscal deve focar em consolidação

Para FMI, BCs devem ser cautelosos ao cortar juros, enquanto fiscal deve focar em consolidação Para FMI, BCs devem ser cautelosos ao cortar juros, enquanto fiscal deve focar em consolidação Para FMI, BCs devem ser cautelosos ao cortar juros, enquanto fiscal deve focar em consolidação Para FMI, BCs devem ser cautelosos ao cortar juros, enquanto fiscal deve focar em consolidação

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda que os bancos centrais (BCs) ao redor do mundo tenham cautela ao reduzir juros conforme a inflação alcance a meta, para evitar cortes prematuros ou prolongar demasiadamente o aperto monetário. Ao mesmo tempo, a instituição reforça que os governos devem aproveitar este cenário para garantir a consolidação fiscal.

“A prioridade de curto prazo para bancos centrais é entregar um pouso suave”, afirma o FMI, na atualização de janeiro do Relatório de Perspectivas da Economia Mundial, divulgado nesta terça-feira, 30. “Como os fatores e a dinâmica da inflação diferem entre as economias, as necessidades de políticas para garantir a estabilidade de preços são cada vez mais diferenciadas.”

Para o FMI, o equilíbrio está em garantir que as pressões salariais e de preços “estão claramente desaparecendo” para evitar declarar vitória prematura contra a inflação – o que exigiria voltar atrás, caso apareçam surpresas altistas no curto prazo. Assim, a instituição vê espaço para que os BCs globais ajustem gradualmente a política monetária para níveis neutros dos juros, enquanto sinalizam comprometimento com a estabilidade de preços, evitando o risco de pesar demais sobre o crescimento econômico.

E com a materialização de um cenário de pouso suave, o FMI recomenda que a política fiscal também seja calibrada no ritmo apropriado para as “circunstâncias específicas de cada país”. O relatório projeta que uma consolidação fiscal guiada por “planos confiáveis de médio prazo” garantirá a restauração de um espaço de manobra orçamentário para os países que sofrem com níveis elevados de endividamento desde a pandemia.

“Mobilizar a receita doméstica, endereçar rigidez de gastos e reforçar estruturas fiscais institucionais provavelmente apoiarão os esforços de ajustes em economias com necessidades de gastos consideráveis”, aponta o FMI. Já países em alto risco de estresse, será necessária também uma reestruturação da dívida pública, recomenda o relatório.

O FMI também afirma que estas políticas devem ser acompanhadas por reformas estruturais com foco em garantir um crescimento econômico sustentável de médio prazo, fornecer o financiamento para acelerar a transição verde e fortalecer a cooperação internacional. Esta última teria como objetivo mitigar os efeitos da fragmentação da economia global em blocos. “Intensificar a melhora nas cadeias de oferta facilitaria a redução da inflação e da dívida, permitindo um aumento duradouro nos padrões de vida”, conclui a instituição.