Economia

Para seguradora da Vale, tragédia em Brumadinho terá dano 'imaterial'

Para seguradora da Vale, tragédia em Brumadinho terá dano ‘imaterial’ Para seguradora da Vale, tragédia em Brumadinho terá dano ‘imaterial’ Para seguradora da Vale, tragédia em Brumadinho terá dano ‘imaterial’ Para seguradora da Vale, tragédia em Brumadinho terá dano ‘imaterial’

O presidente do Bradesco, Octávio de Lazari, afirmou que o rompimento de uma barragem da Vale, em Brumadinho (MG), deve ter impacto imaterial para a seguradora do banco.

A Bradesco Seguros é sócia da Swiss Re Corporate Solutions, uma das seguradoras que detém a apólice de dano material da mineradora, e ainda é responsável pelo contrato de seguro de vida em grupo dos funcionários da companhia.

Grandes riscos como o de Brumadinho, conforme o presidente da Bradesco Seguros, Vinicius Albernaz, são mitigados pelo resseguro (seguro da seguradora). “A extensão desse tipo de evento tende a ser mitigado pela estrutura do resseguro que existe em ocorrências dessa envergadura. Não estimamos nenhum efeito material”, afirmou ele, durante teleconferência com jornalistas, nesta manhã.

Lazari informou que a Bradesco Seguros enviou equipe no dia seguinte a Brumadinho para agilizar o atendimento às pessoas atingidas e a regulação do sinistro. “Temos sentimento de tristeza e solidariedade pela população de Brumadinho. A Bradesco Seguros está fazendo a regulação in loco, rápida, tempestiva, quase que online, no intuito de atender e melhorar, na medida do possível, a dor daquele povo”, disse ele.

O seguro de dano material da Vale é liderado pela Chubb Seguros em parceria com a Mapfre e a Swiss Re Corporate Solutions, da qual a Bradesco Seguros é sócia. O resseguro está com o IRB Brasil Re junto com mais 15 resseguradores e a corretora é a Aon. Os prejuízos, conforme antecipou o Estadão/Broadcast, podem chegar a US$ 500 milhões, dos quais apenas US$ 100 milhões devem ser arcados pelo mercado de seguros.

No caso da apólice de seguro de vida, como o valor é baixo, de cerca de R$ 200 mil por pessoa, as indenizações devem ser reforçadas pela apólice de responsabilidade civil (RC). Cerca de 300 empregados da Vale estavam na prédio administrativo e no restaurante da Mina do Córrego do Feijão quando a barragem de resíduos do empreendimento se rompeu.

Em RC, a Vale tem apólice com cobertura de US$ 400 milhões para danos causados por barragens e mais US$ 100 milhões de excesso com a seguradora alemã Allianz. O resseguro (seguro das seguradoras) é com a resseguradora da própria companhia, no formato ‘intragrupo’. A corretora é a Willis. Segundo cálculos iniciais antecipados pelo Broadcast, a cifra pode chegar a US$ 4 bilhões, sendo a maior parte ficando a cargo da mineradora uma vez que o mercado de seguros impôs restrições depois da tragédia de Mariana.

Assim, o sinistro de Brumadinho poderá totalizar US$ 4,5 bilhões, superando o de Mariana, de US$ 4 bilhões, com a maioria das indenizações ainda não pagas.