Queridinha de muitos, a família Apple ganhou mais um integrante, o iPhone 13. O aparelho que promete ser 50% mais potente do que os concorrentes, vem sendo o desejo de muitos brasileiros.
Porém, o preço do aparelho é um ‘balde de água fria’ para os fãs da marca americana. Sem grandes surpresas, o novo telefone no mercado brasileiro segue líder no ranking como o mais caro do mundo, como revelam levantamentos do site Nukeni.
O aparelho tem sido usado como comparativo entre países do mundo e coloca o Brasil no topo nada satisfatório de um ranking que contém 40 nações.
O levantamento usa como base o preço dos produtos vendidos nas lojas da Apple e converte o valor em dólar com o câmbio do dia. O iPhone 13 Pro Max chega a custar até R$ 15,5 mil por aqui, dependendo de sua configuração.
A publicitária Nanda Guedes Pontes, de 26 anos, adquiriu os últimos lançamentos feitos pela empresa , mas segundo ela, este último ela não poderá comprar.
“Sou fã dos produtos, mas está impossível pagar esse valor exorbitante. A diferença de preço para outros países é grande. Com a situação que estamos hoje seria possível pagar esse valor”.
Mas o que encarece o valor dos aparelhos?
Dentro do valor cobrado no Brasil, existem diversos tipos de impostos cobrados. O advogado especialista em Direito Tributário Ângelo Peccini demonstrou uma estimativa simples sobre a aplicação desses impostos:
– 8,37% para os impostos federais nacionais;
–14,78% em impostos federais referentes à importação
– 17% em impostos estaduais.
“Ou seja, cerca de 40% do preço dele é composto por impostos, como percebemos com esse simples cálculo. Além disso, o que interfere no preço final do produto é a alta do dólar”, explica.
Especialista explica sobre os impostos
A importação de equipamentos eletrônicos como o iPhone sofre a incidência de tributos federais, devidos à União, e estaduais, devidos ao Estado em que se situa a empresa importadora.
A advogada Mariana Martins Barros, especialista na área de tributação explicou sobre os impostos cobrados nestes produtos.
Tributos Federais incidentes na importação
Dentre os tributos federais estão o Imposto de Importação, incidente sobre o chamado “valor aduaneiro”, composto pelo valor efetivamente pago pela mercadoria, e que geralmente inclui o frete e o seguro internacionais, além de taxas de capatazia.
É um imposto regulatório, utilizado para proteção dos produtos nacionais contra a concorrência desleal de produtos estrangeiros. Ele varia de acordo com a procedência e características dos produtos.
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também é devido na importação, com o objetivo de proteção da indústria nacional. Sua alíquota está diretamente relacionada à essencialidade do produto. Assim, produtos mais essenciais podem ser beneficiados com a alíquota zero do IPI. Também incidem o PIS e COFINS, que são contribuições incidentes sobre a importação.
Impostos Estaduais
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte e Comunicação (ICMS) é devido ao Estado em que se situa o importador e incide sobre a entrada da mercadoria no território nacional.
Sistema tributário brasileiro
No Brasil, temos atualmente a tributação do consumo, chamada de tributação indireta. De acordo com Peccini, uma tributação justa seria aquela que se concentrasse na renda e não do consumo
O que seria tributação direta?
Segundo Mariana, a tributação direta do Brasil é uma das maiores do mundo. Em alguns países, tributa-se diretamente a renda e o patrimônio e o seu detentor é contribuinte direto.
“A tributação indireta transfere para o consumidor o peso financeiro dos tributos pagos em toda cadeia. Portanto, é o consumidor de produtos e serviços é o contribuinte indireto, pois é o seu patrimônio que sofre a repercussão econômica dos tributos cobrados; pode-se afirmar que a população suporta o peso da carga tributária brasileira” explicou a especialista.
Mariana ainda ressalta que há formas de simplificar a tributação, sendo esse o grande anseio para a reforma tributária.
“Nosso Sistema Tributário é um dos mais complexos do mundo com milhares de obrigações acessórias, uma legislação que traz dúvidas ao contribuinte e provoca inúmeras discussões em âmbito administrativo e judicial, além da insegurança jurídica provocada por inovações legais e de interpretação”, relatou.
Para ela, a simplificação das obrigações tributárias melhoraria as relações e tornaria o ambiente mais transparente, além de atrair investimentos estrangeiros. “Tais condições poderiam resultar na melhora dos preços internos”, disse a advogada.
Preço dos celulares cresce 30% em um ano e capixabas apostam na compra de aparelhos usados
Os preços dos telefones celulares dispararam no Brasil, com um aumento de aproximadamente 30% nos últimos 12 meses. Com isso, a alternativa que muitos consumidores têm encontrado é optar por aparelhos seminovos, que são mais em conta e ainda apresentam bom desempenho.
Segundo especialistas, o motivo da alta dos preços é o dólar mais caro. Com o real desvalorizado frente à moeda norte-americana, o impacto no preço é uma consequência natural, já que muitos componentes dos celulares são importados.
“Ficou mais caro produzir um celular novo. Isso aconteceu em decorrência ao aumento do valor das matérias primas de 2020 para 2021. Como a matéria prima ficou mais cara os custos de produção aumentam, por conta disso no final o consumidor vai pagar mais caro também”, explicou o economista Jardel Lago.
O dólar continua forte no mercado internacional e a moeda brasileira desvalorizou 22,4% em 2020. Neste ano, o real só recuperou 3,6%.
“A gente enxerga a desestabilização do preço ao longo de 2020. O mercado vem precificando o dólar para acima R$ 5,00 depois a R$ 5,25 assim vai ser ao longo de 2022”, disse Jardel.