Economia

Petrobras ainda está distante da meta de corte de gastos

De acordo com relatório semestral de despesas, a estatal desembolsou no primeiro semestre cerca de 36% de todo o orçamento aprovado para o ano, de R$ 69 bilhões

Petrobras ainda está distante da meta de corte de gastos Petrobras ainda está distante da meta de corte de gastos Petrobras ainda está distante da meta de corte de gastos Petrobras ainda está distante da meta de corte de gastos
A estatal já desembolsou no primeiro semestre R$ 6,1 bilhões em projetos do setor Foto: ​Reprodução / TV Vitória

Apesar dos cortes já anunciados, renegociação de contratos e demissões de terceirizados, a Petrobrás ainda está distante da meta de reduzir em 37% as despesas em 2015. Nos primeiros seis meses deste ano, a estatal já desembolsou mais de R$ 25,6 bilhões em investimentos – um corte de 22% em relação ao mesmo período de 2014. Entre os gastos ainda constam projetos já cancelados ou postergados, como duas refinarias no Nordeste. Com a piora no cenário econômico nas últimas semanas, após a perda do grau de investimento e a disparada do dólar, a diretoria da estatal se reúne na segunda-feira para definir uma proposta de novos cortes no orçamento.

De acordo com relatório semestral de despesas da estatal, publicado ontem (25) em seu site, a estatal desembolsou no primeiro semestre cerca de 36% de todo o orçamento aprovado para o ano, de R$ 69 bilhões. A redução não foi maior por causa da grande demanda por recursos em projetos cruciais para a geração de caixa, como a produção em campos do pré-sal. A estatal já desembolsou no primeiro semestre R$ 6,1 bilhões em projetos do setor – o equivalente ao total de recursos aplicados no último ano. Até dezembro, a previsão é de dobrar o montante gasto no setor.

O mesmo ocorreu com o desenvolvimento dos campos referentes ao contrato de cessão onerosa, na Bacia de Santos. Em seis meses, foram investidos R$ 2,4 bilhões, ante um dispêndio total de R$ 2,5 bilhões em 2014. A estimativa da companhia também é dobrar os recursos destinados aos blocos até o final do ano, em função do início da produção no bloco de Iracema Norte, em julho.

Mesmo sem atingir a meta de reduções, o relatório indica que a companhia pisou no freio nos desembolsos em áreas administrativas e operacionais. Os gastos previstos para recuperação da produção na região Norte, por exemplo, foram reduzidos a 33% do volume aplicado no mesmo período do último ano.

Apesar da maior cautela, a estatal ainda investiu cerca de R$ 260 milhões em projetos já retirados de seu plano de negócios, como as refinarias no Maranhão e no Ceará e em unidades de fertilizantes em Mato Grosso e em Minas. A estatal também aplicou mais de R$ 1 bilhão no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Apesar da dificuldade em cortar gastos, a estatal não tem outra alternativa para preservar o caixa diante da forte depreciação cambial, que pressiona a dívida, e do fraco ritmo de venda de ativos. A diretoria se reúne na segunda-feira para discutir uma revisão do plano de negócios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.