Economia

Por aprovação de projeto, Fazenda aceita mais setores sem reoneração

Por aprovação de projeto, Fazenda aceita mais setores sem reoneração Por aprovação de projeto, Fazenda aceita mais setores sem reoneração Por aprovação de projeto, Fazenda aceita mais setores sem reoneração Por aprovação de projeto, Fazenda aceita mais setores sem reoneração

Para aprovar o projeto de reoneração da folha de pagamentos, o Ministério da Fazenda já aceita que um número maior de setores fique de fora do aumento da carga tributária. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, também negocia com o relator do projeto na Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), a fixação na lei do prazo de dezembro de 2020 para o término do benefício da desoneração da folha para todos os setores.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Guardia disse que o governo vai focar agora nas negociações para a votação do projeto, considerado fundamental para o Orçamento de 2019. De acordo com ele, entre 15 e 18 setores poderão ficar fora da reoneração da folha. No projeto enviado ao Congresso pelo Executivo, o governo deixou de fora apenas três dos 56 setores que são beneficiados atualmente com desoneração da folha de pagamentos.

“A alternativa é ficar 56 setores (sem a aprovação do projeto) ou ficar com 15 a 18 setores. Eu prefiro ficar com os 15, 18”, afirmou o ministro, sinalizando a abertura para ampliação da lista dos excluídos da reoneração. Guardia destacou que a mudança, se aprovada agora, só terá impacto, na prática, para o próximo governo, em 2019. Para o aumento da carga tributária passar a ser cobrado, será preciso cumprir, também, o prazo de noventena (90 dias) depois de a lei entrar em vigor. O governo gasta por ano R$ 16 bilhões para manter a carga tributária mais baixa para esses 56 setores.

Depois das votações de medidas importantes na área econômica na semana passada, o ministro disse que o Congresso precisa avançar em outros projetos em resposta ao cenário externo que está ficando mais adverso ao País. Guardia lembrou que o ajuste fiscal precisa continuar porque a situação é ainda frágil diante do tamanho do déficit das contas públicas.

Negociação

Orlando Silva informou que o seu parecer prevê a exclusão de 20 setores. O número final será negociado nos próximos dias. Ele apresentou o texto do relatório ao ministro Guardia, na semana passada. O relator disse que está disposto a incluir no relatório o prazo final para o fim da desoneração para todos os setores. “Farei (a inclusão) após consultar os líderes”, afirmou. Ele ressaltou, porém, que o horizonte de encerramento do programa de desoneração em 2020 foi proposto pelo governo, mas há ainda resistências na Câmara.

Segundo o relator, o projeto já está pronto para ser votado, dependendo apenas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), incluir na pauta. “A proposta original do governo não tem chance de ser aprovada”, afirmou. A urgência para votar o relatório já foi aprovada no plenário com 344 votos a favor. “Tenho dito que o meu relatório é texto possível para ser aprovado e dar um passo na revisão das desonerações”, ponderou Silva.

Para escolher os setores que manterão os incentivos, o relator considerou três critérios: uso intensivo de mão de obra; com atividades que sofrem concorrência “desleal” com importados e setores cuja retirada dos benefícios pode acarretar na saída de empresas no País.

A ideia original do governo era reverter a desoneração da folha de salários para 53 dos 56 setores que têm o benefício – esses três são construção civil, transporte coletivo de passageiros e empresas jornalísticas. A política de desoneração da folha começou em 2011 e foi lançada pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff com o objetivo de estimular a geração de empregos no País e melhorar a competitividade das empresas. O benefício se dá por meio da substituição da cobrança de uma contribuição previdenciária de 20% sobre a folha de pagamento das empresas, por um porcentual sobre o faturamento da empresa. Inicialmente, a alíquota variou entre 1% e 2%. Hoje, varia entre 1% e 4,5%, dependendo do setor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.