
Especialistas em legislação de trânsito e no mercado de autoescolas avaliam que a diminuição de aulas obrigatórias para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) pode não refletir na redução do preço do curso nas autoescolas. De acordo com eles, as empresas deverão incorporar essa redução aumentando o valor de outros serviços, como as aulas teóricas.
A redução das aulas obrigatórias é uma das medidas da Resolução nº 778 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), publicada em junho, com o objetivo de reduzir a burocracia para tirar a CNH. A nova regra entra em vigor no dia 16 de setembro.
De acordo com estimativas de sindicatos de autoescolas, um dos impactos seria a redução do custo médio de R$ 1.600. O preço para tirar a CNH hoje chega a R$ 3 mil dependendo do estado.
A redução com as novas regras foi estimada em R$ 300 pelo presidente Jair Bolsonaro, em sua conta no Twitter. A avaliação dos especialistas, porém, é que as autoescolas cobram hoje valores defasados, e que poucas teriam condições de assimilar a perda da receita com aulas.
Para o especialista em segurança e educação no trânsito, Ronaldo Cardoso, muitos estabelecimentos deixarão de oferecer o curso teórico gratuitamente como fazem hoje. “Elas precisarão compensar as perdas. Acredito que poucas vão realmente deixar mais barato o processo”, diz..
A opinião é semelhante à de Alessandro Coelho Martins, consultor em segurança e educação no trânsito, que destaca que o setor de autoescolas vai afirmar que vai apenas “repor perdas acumuladas” ao incorporar o desconto. Ele opina que o setor vive uma tendência de perda de mercado em razão especialmente do crescimento do transporte por aplicativos e do desinteresse de parte da população em ter automóveis.
Martins ressalta que os consumidores que fizeram pesquisas antes das mudanças e que ainda não contrataram nenhuma autoescola terão interesse maior em obter os descontos agora. No geral, porém, a redução de preços deverá ser exceção, avalia.
*Com informações do Portal R7!