Economia

Preços de metais básicos vão depender da produção da China, dizem analistas

Preços de metais básicos vão depender da produção da China, dizem analistas Preços de metais básicos vão depender da produção da China, dizem analistas Preços de metais básicos vão depender da produção da China, dizem analistas Preços de metais básicos vão depender da produção da China, dizem analistas

Nova Délhi – Uma vez que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) já anunciou seu primeiro aumento de juros em quase uma década, há cerca de duas semanas, os investidores dos mercados de metais básicos voltaram a prestar atenção na China, cujos planos de reduzir o excesso na oferta doméstica geraram esperanças de que os preços dessas commodities se recuperem em 2016.

As cotações do cobre e do alumínio, os dois metais mais negociados do mundo, estão 5% e 6%, respectivamente, acima das mínimas em vários anos atingidas recentemente. Incertezas sobre a ação do Fed e seu impacto no dólar ajudaram a limitar os ganhos dos metais antes do anúncio do BC norte-americano. A maioria das commodities, caso dos metais, é atrelada ao dólar.

Analistas, no entanto, dizem que é muito cedo para declarar uma recuperação plena dos metais e os preços continuam baixos pelos padrões históricos. O contrato de alumínio para entrega em três meses é negociado atualmente a US$ 1.515,00 por tonelada na London Metal Exchange (LME), e o cobre, a US$ 4.660,00 por tonelada.

“Só esperamos ver alguma recuperação dos fundamentos no segundo trimestre do próximo ano”, comentou Helen Lau, analista da Argonaut Securities.

Parte do avanço recente dos metais é atribuída a medidas anunciadas pela China com o objetivo de diminuir o excesso de capacidade em alguns setores, como o siderúrgico. A consolidação chinesa deverá envolver a fusão de estatais e cortes na produção ou encerramento de operações.

“Prevemos que a China implementará reformas no lado da oferta ao longo de 2016 e acelerar a consolidação na indústria do aço e de outros setores que fazem uso intensivo de energia”, disse Lau. Neste mês, o regulador chinês de ativos estatais anunciou que a mineradora e negociadora de metais China Minmetals Corp. irá assumir o controle da Metallurgical Corp. of China.

Além disso, produtores chineses de alumínio, cobre e níquel revelaram planos de reduzir produção nos próximos meses. Mais especificamente, produtores de cobre e níquel disseram no mês passado que irão cortar a produção em 5% e 15%, respectivamente. Já os 14 principais produtores de alumínio da China declararam que não vão retomar produção que tenha sido suspensa ou iniciar novas operações no ano que vem.

Em relatório recente, o Citi previu que mais siderúrgicas chinesas deverão encerrar atividades após o feriado lunar de Ano-Novo da China e que o mercado de alumínio poderá precisar de mais tempo para se equilibrar.

“No lado da consolidação, não esperamos o fechamento imediato (de unidades produtoras de metais). Isso deve acontecer ao longo de meses, mas o progresso será mais rápido do que em anos anteriores”, disse Lau. “Acreditamos que a recuperação da demanda será gradual.”

O vice-presidente da Moody’s baseado em Xangai, Jiming Zou, por sua vez, estima que cerca de 50% a 60% das siderúrgicas chinesas estão operando no vermelho.

“Até agora este ano, o fluxo de caixa operacional (das siderúrgicas) tem sido suficiente apenas para pagar juros sobre empréstimos”, diz Zou, ressaltando que, em 2016, o fluxo de caixa de muitas empresas não bastará para isso.

A produção total de aço da China este ano deverá ser de cerca de 800 milhões de toneladas e a demanda, em torno de 710 milhões de toneladas, segundo estimativa de Zou. Fonte: Dow Jones Newswires.