Economia

Presidente da CVM cobra bons resultados de reforma do Novo Mercado

Presidente da CVM cobra bons resultados de reforma do Novo Mercado Presidente da CVM cobra bons resultados de reforma do Novo Mercado Presidente da CVM cobra bons resultados de reforma do Novo Mercado Presidente da CVM cobra bons resultados de reforma do Novo Mercado

Campos de Jordão (SP) – O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Pereira, disse que, tendo em vista o momento vivido pelo Brasil, o País não poderá correr o risco de que a reforma do Novo Mercado, que é o segmento de mais elevadas práticas de governança corporativa da BM&FBovespa, não tenha bons resultados. As declarações foram dadas neste sábado (29) durante o 7º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais organizado pela BM&FBovespa em Campos do Jordão, interior de São Paulo.

No fim de junho, a Bolsa brasileira anunciou que as regras do Novo Mercado passarão por nova rodada para aperfeiçoamento. Em 2011 foi a última vez que o regulamento dos segmentos especiais, em que, além Novo Mercado, figuram o Nível 1 e Nível 2, foi discutido. Nessa ocasião, no entanto, muitas propostas tiveram o veto de mais de um terço das companhias já listadas no segmento, fato que impede a mudança nas regras. Entre as alterações rechaçadas em reformas em anos anteriores, estão o aumento da exigência de 20% para 30% de membros independentes do conselho de administração e a obrigação da realização de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) por atingimento de participação acionária relevante.

A Bolsa prevê que o processo de audiência pública sobre o aprimoramento do Novo Mercado terá início no primeiro semestre de 2016. Já no segundo semestre do ano que vem está previsto o início da audiência restrita com as companhias listadas nos segmentos especiais.

Segundo Pereira, casos ruins e de alta visibilidade no Brasil evidenciam a necessidade de se dar um passo a mais em relação à governança corporativa, “Compreendo também que o Novo Mercado é um arranjo contratual, o que leva a um caminho mais desafiador em discussões de reforma”, disse.

Pereira comparou, assim, o Novo Mercado a uma festa. “Se convidamos alguém para uma festa e colocamos regras que os convidados não gostam ou não entendem, as pessoas não vão comparecer. Isso é verdade, por isso é preciso buscar, na hora dessa discussão do Novo Mercado, uma solução objetiva e equilibrada”, disse.

De acordo com o presidente da CVM, não fazer com que as regras do Novo Mercado evoluam, acompanhando as mudanças da sociedade, “também pode tornar a festa menos atraente”. “Entendo perfeitamente a questão que o Novo Mercado é voluntário, que é feito por contrato, que precisa de consenso para ele evoluir, mas se não fizermos uma coisa criteriosa, acho que tem o risco de a festa acabar. E nós não queremos isso. O Novo Mercado diferenciou o Brasil em questões de governança. Ele foi e é muito reconhecido pelos grandes investidores institucionais como algo de valor. Exatamente por isso tem que acompanhar a evolução da sociedade”, pontuou.

Pereira disse que “não tem dúvidas” que estruturas de governança e compliance mais blindadas e adequadas e com práticas mais vivas e transparentes poderiam ter “impedido parte significativa dos desacertos que contribuíram para o momento vivido pela nossa economia”.

O presidente da autarquia defendeu ainda a adoção de um código brasileiro de governança corporativa. “Penso que a adoção de um código brasileiro pode ser mais do que uma ferramenta chave”, disse.