Economia

Presidente do BC dos EUA sugere que juros devem subir ainda em 2015

Presidente do BC dos EUA sugere que juros devem subir ainda em 2015 Presidente do BC dos EUA sugere que juros devem subir ainda em 2015 Presidente do BC dos EUA sugere que juros devem subir ainda em 2015 Presidente do BC dos EUA sugere que juros devem subir ainda em 2015

São Paulo – A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Janet Yellen, afirmou nesta sexta-feira que a instituição segue no caminho para elevar as taxas de juros ainda neste ano, mas que, quando isso ocorrer, será feito de forma gradual e cautelosa, uma vez que o mercado de trabalho não se recuperou totalmente, a inflação continua baixa e o crescimento econômico tem desapontado.

“Eu acredito que será apropriado dar o primeiro passo para subir os juros em algum momento deste ano, dando início a uma normalização da política monetária”, disse Yellen, em discurso para a Câmara de Comércio de Providence, no Estado de Rhode Island.

Os comentários da presidente do Fed apenas reforçam a percepção de que os investidores já vinham alimentando, de que é muito improvável que os juros sejam elevados em junho, quando ocorre a próxima reunião do Comitê Federal para o Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Por enquanto, as apostas de início de alta têm se concentrado no encontro de setembro.

No evento, Yellen reiterou que a política monetária continua guiada pelos dados da economia. Na avaliação que fez dos últimos indicadores, a presidente do Fed disse que a desaceleração observada no primeiro trimestre se deve a “fatores temporários”, no entanto, afirmou que o crescimento econômico e o avanço do mercado de trabalho devem ser “moderados” no restante de 2015 e “depois disso”.

Para ela, a taxa de desemprego, que caiu para 5,4% em abril, ainda tem espaço para cair, pois “não reflete totalmente a capacidade ociosa do mercado”. “O ritmo em geral decepcionante do crescimento dos salários sugere que o mercado de trabalho ainda não se recuperou completamente”, disse.

Yellen, porém, mostrou algum otimismo com o futuro econômico dos Estados Unidos. Ela afirmou que enxerga “alguns sinais de recuperação dos salários até o momento”, que “o aumento do emprego é sinal de fortalecimento do mercado de trabalho” e que tem a expectativa de que “os indicadores vão melhorar”, embora, para ela, os últimos dados de produtividade tenham sido decepcionantes. Além disso, a economista declarou que os ventos contrários causados pelo “crash” do mercado imobiliário diminuem e que o setor tende a melhorar gradualmente.

Em relação à inflação, a presidente do Fed disse que a meta de 2,0% deve ser atingida quando a economia estiver mais forte e os fatores temporários de desaceleração forem reduzidos. Admitiu, entretanto, que “menos progresso” foi feito na trajetória para a estabilidade de preços. Nos 12 meses encerrados em março, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país teve queda de 0,1%, enquanto o núcleo teve alta de 1,8%.

Yellen afirmou ainda que “alguma razões para o modesto ritmo dos investimentos podem persistir por mais algum tempo” e que “a política fiscal não é mais um freio para o crescimento econômico”. No primeiro trimestre de 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,2% ante igual período do ano anterior.

No radar do Fed, um novo fator externo tem chamado a atenção dos dirigentes, disse Yellen. Trata-se do desempenho econômico da China, que em 2014 registrou o seu menor crescimento em 24 anos, a 7,4%. A meta dos chineses para 2015 é ainda mais baixa: 7,0%. “Inicialmente, a crise na zona do euro era nossa maior preocupação, mas, agora, a expansão tem sido mais lenta em diversas partes do mundo, incluindo a China e outros emergentes”. “Crescimento mais fraco no exterior, combinado com implicações em taxa de câmbio, tem afetado nossas exportações e pesado sobre nossa economia”, disse. Com informações da Dow Jones Newswires